IGP-10 varia 0,72% em agosto, aponta FGV

Com o resultado, índice acumula alta de 1,63% no ano e de 3,38% em 12 meses

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O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10)  variou 0,72% em agosto. No mês anterior, a taxa havia sido 0,45%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 2,36% no ano e de 4,26% em 12 meses. Em agosto de 2023, o índice caíra 0,13% no mês e acumulava queda de 7,37% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

“O reajuste dos combustíveis autorizado pela Petrobras em 09 de julho foi integralmente refletido no IGP-10, impactando tanto o IPA quanto o IPC, com a gasolina emergindo como a principal influência em ambos os índices. Esse fator foi determinante para a aceleração observada. Por outro lado, a desaceleração do INCC deve-se à redução da taxa do grupo mão de obra”, destacou André Braz, economista do FGV IBRE.

Em agosto, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) observou uma alta de 0,84%, superior à taxa registrada no mês anterior, de 0,49%. Analisando os estágios de processamento mais detalhadamente, nota-se que os preços dos Bens Finais variaram 0,09% em agosto, apresentando pequeno acréscimo em relação ao mês anterior, quando registrou taxa de 0,07%. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de combustíveis para o consumo, que viu sua taxa variar de 0,73% para 6,56%. Por outro lado, o índice relativo a Bens Finais (ex), com exceção dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,25% em agosto, contra 0,49% observado no mês precedente.

MATÉRIAS-PRIMAS

No grupo de Bens Intermediários, a taxa variou de 0,44% em julho para 1,26% em agosto. Esse comportamento foi impulsionado pela alta nos preços do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou de 0,24% para 2,20%. Excluindo-se o impacto do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice de Bens Intermediários (ex) registrou aumento de 1,09% em agosto, superior à alta de 0,48% observada no mês anterior.

A taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 0,96% em julho para 1,12% em agosto. As principais contribuições para o avanço desse grupo partiram dos seguintes itens: bovinos (-0,88% para 2,67%), cana-de-açúcar (0,21% para 1,85%) e aves (-2,90% para 1,03%). Em sentido oposto, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: soja em grão (1,96% para -0,26%), minério de ferro (-0,60% para -1,68%) e café em grão (9,42% para 5,23%).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,33% em agosto. Em julho, o índice variara 0,24%. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Transportes (0,28% para 1,52%), Educação, Leitura e Recreação (0,67% para 1,88%), Habitação (0,14% para 0,31%), Despesas Diversas (0,95% para 1,34%) e Comunicação (0,08% para 0,30%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: gasolina (0,52% para 4,56%), passagem aérea (3,53% para 11,21%), gás de bujão (-0,11% para 1,50%), cigarros (0,02% para 1,00%) e mensalidade para TV por assinatura (0,22% para 1,64%).

ALIMENTAÇÃO

Em contrapartida, os grupos Alimentação (-0,12% para -1,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,41% para -0,01%) e Vestuário (0,18% para -0,18%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: hortaliças e legumes (-3,14% para -15,28%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,75% para -1,02%) e roupas (0,12% para -0,27%).

Em agosto, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 0,59%, mostrando uma discreta aceleração em relação à taxa de 0,54% registrada no mês anterior. Materiais e Equipamentos apresentaram alta significativa, passando de um crescimento de 0,38% em julho para 0,69% em agosto. No mesmo sentido, Serviços, que havia variado 0,08% em julho, subiu 0,62% em agosto. Já a Mão de Obra obteve uma desaceleração significativa, passando de 0,83% em julho para 0,47% em agosto.