Programa busca autossuficiência energética do Rio Grande do Sul

Programa “Todas as Energias” busca contribuir com a retomada do estado por meio de um setor elétrico

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O Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis (Sindienergia-RS) lançou na manhã desta segunda-feira, 12, o programa “Todas as Energias”. A iniciativa busca contribuir com a retomada do Rio Grande do Sul após as enchentes deste ano, por meio de um setor elétrico de baixo carbono e utilizando todas as fontes renováveis de energia disponíveis por aqui.

O programa terá duas fases. A primeira terá uma duração de aproximadamente 5 anos. O grande objetivo na primeira é atingir a autossuficiência energética do RS, que hoje importa de outros estados 30% da energia consumida – o que representa cerca de 3GW. Na segunda fase, a meta principal é promover o mercado de hidrogênio verde, principalmente, para fornecimento interno, mas também com oportunidade para exportação. “Vamos atuar e apoiar a estruturação deste modelo de mercado para que ele fique mais atrativo para investimentos”, ressalta a presidente do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal.

A curto prazo, a capacidade de conexão aumentará de 3,8 GW para 8 GW. Investimentos imediatos incluem 2 GW em projetos com outorga, resultando em R$ 14 bilhões investidos e 9 mil novos empregos. Isso pode gerar R$ 105 milhões em tributos, R$ 660 milhões em receitas anuais e evitará a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2.

Até 2040 está previsto um aumento de demanda para 30 GW em novos projetos de todas as fontes, representando R$ 210 bilhões em novos investimentos. Estimamos a criação de 150 mil empregos, R$ 1,6 bilhão em tributos anuais, gerando R$ 10 bilhões em receitas diretas e indiretas e evitando 1,7 bilhão de toneladas de CO2 no Ambiente.

CENÁRIO

O papel do Sindienergia-RS será o de alinhar poder público, estadual e federal com o setor produtivo, fomentando a indústria gaúcha e atraindo investimentos. “Já iniciamos a definição de uma matriz de potencialidades”, adianta a presidente. O Estado, por meio dos governos estadual e municipais, tem como principal contribuição comprar energia nova, a menor custo, mais sustentável e que valoriza a produção local.

Já a maior demanda junto ao governo federal é a oferta de novas linhas de financiamento com juros e condições compatíveis com outras regiões do Brasil. Hoje, os modelos de financiamento para renováveis no RS geram taxas de financiamento que chegam a 20% ao ano de financiamento. Enquanto em outras regiões do Brasil esse índice é de 8,5% e 9% ao ano.

“A reconstrução, alinhada com investimentos em um setor elétrico de baixo carbono e utilizando todas as fontes renováveis de energia, visa não só beneficiar o meio ambiente, mas também fortalecer a economia local e nacional, aumentando a segurança energética e alimentar e promovendo o desenvolvimento justo e sustentável com o qual o Brasil está comprometido”, ressalta Daniela.