A inadimplência de adultos com restrição em crédito, cheque ou protesto no Rio Grande do Sul voltou a crescer em julho, após as retrações sequenciais em maio e junho. Segundo o Indicador de Inadimplência CDL POA, elaborado pela Assessoria Econômica da entidade, a taxa totalizou 31,07% para o Rio Grande do Sul, o que significa incremento de 0,58 ponto percentual na comparação com junho. Em Porto Alegre, também houve um pequeno incremento de 0,31ponto percentual, atingindo 32,38% da população adulta.
Hoje, são 2,664 milhões de CPF’s na base de dados da Equifax | Boa Vista no RS e 348.073 em POA, de acordo com as estimativas que levam em consideração o Censo de 2022, do IBGE. No entanto, explica o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, as elevações devolvem apenas uma parcela da queda recorde acumulada ao longo do terceiro bimestre: -2,12 ponto percentual e -2,27 ponto percentual respectivamente.
PERSPECTIVAS
Oscar Frank destaca que o recuo inédito observado entre maio e junho pode parecer contraditório, especialmente quando considerado o impacto econômico das enchentes no Rio Grande do Sul. “De acordo com nossas estimativas, o PIB retraiu R$ 11,3 bilhões em relação ao mesmo período de 2023. Para contribuir com a recuperação, a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC) propôs a suspensão, por 60 dias, dos registros a partir de 15 de maio, com retroatividade desde o dia 1º daquele mês. Assim, o declínio registrado na época teve um duplo impacto.”
Segundo Frank, de um lado, houve uma redução na entrada de informações restritivas. De outro, as políticas de apoio do poder público, embora insuficientes frente aos danos causados pela tragédia climática, ajudaram a antecipar pagamentos e benefícios, além de injetar novos recursos: “Nesse sentido, acreditamos que parte da liquidez dos programas governamentais, provenientes de diferentes esferas, foi direcionada para a renegociação de dívidas em atraso.”
Desde 1º de julho, o processo de registros de inadimplência foi retomado, resultando em um aumento na última leitura. “Em relação ao futuro, acreditamos que a magnitude do apoio da União à continuidade da recuperação no RS será decisiva para a dinâmica do Indicador de Inadimplência”, finaliza Frank.