Ata do Copom menciona preocupação com alta do dólar e seus impactos

Manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano se justifica pelo cenário interno e externo

A alta do dólar e suas consequências sobre a economia brasileira estão no centro das preocupações do Banco Central conforme conteúdo ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada e divulgada nesta terça-feira, 6, quando a taxa básica de juros da economia foi mantida inalterada em 10,50% ao ano. Foi o segundo encontro seguido de manutenção da Selic.

Pelo documento, a autoridade monetária demonstrou preocução com as expectativas de inflação e a taxa de câmbio futuras, com o dólar subindo fortemente nas últimas semanas, foram amplamente debatidos. “Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê. Em função disso, o Comitê avaliou que o momento é de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação e de maior vigilância perante um cenário mais desafiador”, acrescentou o Banco Central.

O Comitê mencionou ainda que se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta. No ano, o IPCA acumula alta de 2,48% e no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses anteriores. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.