Com o encerramento do prazo das convenções partidárias, na segunda-feira, está consolidado o cenário da disputa para a prefeitura de Porto Alegre nas eleições municipais deste ano. O quadro fica definido após muitos meses de articulações na busca por aliados, de todos os lados, e configura uma contenda que já se mostra acirrada.
Uma arrancada com polarização entre um pré-candidato do MDB identificado com o bolsonarismo, e uma pré-candidata do PT, alinhada ao governo Lula, ambos costurando coalizões amplas, chegou inicialmente a afastar potenciais adversários. Mas o cenário acabou se definindo nos últimos dias com a apresentação de uma pré-candidatura do PDT que negociou uma frente ‘ao centro’, pretendendo quebrar a polarização. E com a oficialização de mais quatro chapas, sendo três delas de partido único.
A corrida será marcada ainda pela ausência de uma candidatura própria do PSDB, que entrou tarde nas negociações e não conseguiu viabilizar um nome competitivo. Ao todo, sete postulantes vão disputar o Paço municipal. Confira quem são eles e quais seus blocos.
Sebastião Melo (MDB)
O prefeito tentará a reeleição amparado em uma coalizão de centro-direita e que busca o eleitorado bolsonarista. Ele terá como vice Betina Worm, do PL. A convenção partidária que confirmou o nome do emedebista aconteceu em 27 de julho, em conjunto com os eventos de outras três siglas da coligação: o PP, o PSD e o PRD. A aliança inclui ainda Republicanos, Solidariedade e Podemos, totalizando oito partidos.
Melo tem 66 anos e é advogado de formação. Ele conquistou o primeiro mandato, para vereador da Capital, em 2000, após quatro tentativas anteriores. Elegeu-se novamente vereador em 2004 e 2008. Em 2012, concorreu a vice-prefeito na chapa encabeçada por José Fortunati (então no PDT), que ganhou a eleição. Em 2016 disputou o Paço, com Juliana Brizola (PDT) de vice, mas perdeu para Nelson Marchezan Júnior (PSDB) no segundo turno. Em 2018 conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa. Dois anos depois disputou novamente a prefeitura, e foi vitorioso.
Maria do Rosário (PT)
A deputada federal disputa a prefeitura por uma coalizão de esquerda, mas que faz acenos ao centro, em um movimento que é também de identificação com o governo federal. O PT forma uma federação partidária com PCdoB e PV. A vice da deputada será Thamyres Filgueira, do PSol, sigla federada com a Rede. Também apoiam a petista o PSB e o Avante, totalizando sete partidos.
Rosário tem 57 anos, é pedagoga e professora. Obteve o primeiro mandato como vereadora na Capital em 1992, pelo PCdoB. Dois anos depois migrou para o PT. Em 1996 se reelegeu à Câmara Municipal. Em 1998, se elegeu deputada estadual. Em 2002 alcançou uma vaga na Câmara dos Deputados. Desde então, reelegeu-se sucessivamente deputada federal e atualmente integra a Mesa Diretora da Casa. Em 2004 concorreu a vice-prefeita na chapa encabeçada por Raul Pont, que perdeu. Em 2008 disputou a prefeitura, mas não obteve sucesso. Entre 2010 e 2014 foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos.
Juliana Brizola (PDT)
A pedetista teve o nome homologado em convenção do PDT no sábado. Seu vice será o deputado estadual Thiago Duarte, confirmado na convenção do União Brasil na noite de ontem. A coligação se intitula de centro e, oficialmente, é formada ainda pela federação PSDB/Cidadania, apesar de o Cidadania já ter externado que, na prática, a maior parte de suas lideranças vai apoiar outro candidato.
Juliana tem 49 anos, é advogada e neta do ex-governador Leonel Brizola. Ela se elegeu vereadora pela primeira vez na Capital em 2008. Em 2010 obteve uma cadeira na Assembleia Legislativa. Em 2014 ficou na primeira suplência do PDT no Parlamento gaúcho, mas acabou assumindo uma vaga após a composição do governo e, depois, devido à cassação de um colega. Em 2018 foi eleita novamente à Assembleia. Em 2016 foi vice na chapa de Sebastião Melo à prefeitura. Em 2020 ficou em quarto lugar na corrida pela prefeitura da Capital. Em 2022 concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados. Ficou na primeira suplência.
Felipe Camozzato (Novo)
O deputado estadual teve seu nome confirmado para ingressar no pleito pela prefeitura da Capital em convenção realizada pelo Novo no dia 30 de julho. Ele concorrerá com uma chapa pura, ou seja, sem coligação com outras siglas, e que se identifica como de centro-direita. A candidata a vice-prefeita é Raqueli Baumbach.
Camozzato tem 36 anos, e é administrador. Ganhou a primeira eleição, para vereador em Porto Alegre, no ano de 2016. Foi reeleito em 2020 para a Câmara Municipal. Nas eleições gerais de 2022, alcançou uma cadeira na Assembleia Legislativa, a única obtida pelo Novo.
Carlos Alan Rosa de Castro (PRTB)
Carlos Alan preside no RS o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) e teve nome oficializado para disputar a prefeitura em convenção no dia 2 de agosto. A candidatura se coloca como de centro-direita. O vice na chapa é João Alberto Morsch, da Democracia Cristã (DC).
O candidato tem 43 anos. É empresário do setor de tecnologia. Em 2022 concorreu, sem sucesso, a uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Fabiana Sanguiné (PSTU)
A candidata teve o nome homologado para a corrida ao Paço em convenção do PSTU em 27 de julho. No mesmo evento foi confirmado o vice, Regis Ethur. A chapa é de esquerda e concorre sem coligações com outros partidos.
Fabiana tem 46 anos. Ela é auxiliar de enfermagem e possui trajetória vinculada ao movimento sindical. Nas eleições de 2022, disputou o Senado. Ficou na sétima colocação.
Luciano Schafer (UP)
A Unidade Popular pelo Socialismo (UP) homologou em convenção no domingo,4, o nome de Luciano Schafer para concorrer à prefeitura. Sua vice é Amanda Benedett. A chapa é de esquerda, intitulando-se popular e socialista, e disputa sem alianças.
Schafer tem 44 anos. Ele é autônomo e integra um movimento por direito à moradia.