Um painel sustentabilidade climática e ações climáticas com foco em Porto Alegre contou, neste sábado, com a participação da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. O evento, que ocorreu na sede da ADUFRGS-Sindical, no bairro Jardim Botânico, também abordou estratégias de prevenção e enfrentamento da enchentes.
De acordo com a ministra, o Brasil tem um déficit de aproximadamente 10 milhões de hectares em Áreas de Preservação Permanente (APPs). Ela alertou que destes, cerca de 700 mil hectares se referem ao território do Rio Grande do Sul.
Marina Silva relacionou o problema com o avanço da construção civil e no assentamento de pessoas de baixa renda que não tem onde morar. Para mitigar a situação, a ministra propôs a implementação de iniciativas que reduzam o desmatamento, assim como a construção de moradias populares, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, com foco no reassentamento de famílias atingidas no dilúvio e de populações que permanecem morando às margens rios e demais áreas alagadiças.
“Em 2021, o congresso aprovou uma lei que permitiu que municípios avançassem para construções em margens de rios, córregos, lagoas e encostas. O discurso naquela época era que os ambientalistas prejudicavam o desenvolvimento e a criação de empregos. Acontece que isso tem um peso quando ocorrem eventos climáticos extremos. O espaço do rio é do rio, é preciso de um lugar correto para a construção e com moradias que sejam dignas”, ponderou Marina Silva.
Ainda durante o evento, foi entregue à ministra a Carta das Agroflorestas e Soluções Baseadas na Natureza. O documento reúne mais de 5,1 mil assinaturas de pessoas físicas e cerca de 450 de organizações, instituições e movimentos. A ideia é reunir propostas para a reconstrução do RS por meio dos sistemas agroflorestais.