Canoas e Porto Alegre seguem sem enviar resíduos pós enchente para Aterro São Judas Tadeu

A pedido do MPRS, o local não pode mais receber resíduos da enchente até que mudanças sejam implementadas

Mesmo sem o aterro, atividades de limpeza seguem na capital Foto: Cristine Rochol/PMPA

O Aterro São Judas Tadeu, em Gravataí, segue sem receber os resíduos gerados pelo desastre ambiental de maio deste ano, desde o último fim de semana. A medida se deve a um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS)

A suspensão seguirá até que a empresa responsável pelo aterro comprove que possui área adequada, devidamente impermeabilizada e implemente sistema de drenagem para transferir os resíduos da enchente que o local já recebeu e para receber novas cargas. O aterro vinha recebendo os entulhos pós enchente dos municípios de Canoas e Porto Alegre. As duas prefeituras suspenderam o envio no último fim de semana.

Em nota, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), da Capital, informou que entende a relevância das exigências feitas pelo Ministério Público (MP-RS) e está dando os encaminhamentos internos para avaliar as providências necessárias para que não ocorram prejuízos à limpeza da cidade. A manifestação ainda diz que a situação está sendo monitorada pela área técnica do órgão, que aguarda as adequações a serem providenciadas pela contratada. Os trabalhos de limpeza não devem ser prejudicados. Conforme o diretor geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker,  já foram retiradas mais de 95 mil toneladas de resíduos das ruas.

O município de Canoas também estava enviando os entulhos gerados pela enchente de maio para o Aterro São Judas Tadeu. Segundo o secretário municipal de Serviços Urbanos, Lucas Lacerda, a prefeitura não possui contrato direto com o aterro, mas a empresa contratada pela gestão municipal para a limpeza, possui. Essa empresa deve ser notificada para encontrar uma solução. Mesmo assim, a secretaria já tem um plano de emergência, se for necessário.

“Nós temos aqui na cidade a Jorge Lander, que é a nossa usina, onde já levamos o material que a gente recolhe diariamente na limpeza das ruas. Vamos notificar a empresa que presta o serviço para nós, dando um prazo de 24 horas para eles apresentarem um outro local ou adequar o que foi interditado. Caso isso não ocorra, a gente vai buscar outra alternativa. Enquanto não se consegue essa alternativa, vamos utilizar a Jorge Lander até que se ache um outro aterro para receber o material”, comenta. Ainda segundo o secretário, o processo de limpeza continua no município e já foram retiradas mais de 300 mil toneladas de lixo. A expectativa é de que até a próxima sexta-feira toda a cidade esteja limpa.

A reportagem da Rádio Guaíba tentou contato com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal de Gravataí e com a empresa responsável pelo aterro, mas não recebeu resposta até a edição desta matéria.