As vendas de novos imóveis registraram uma alta de 43,7% no acumulado de 12 meses, encerrados em abril de 2024. Ao todo, foram comercializadas 179.861 unidades, aponta o indicador ABRAINC-FIPE. O estudo foi elaborado com dados de 20 empresas do setor pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
No período, o segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) registrou um aumento de 13,7% no volume de unidades comercializadas e de 28,1% no valor de vendas. O valor total lançado teve uma alta significativa de 16,6%, reforçando a retomada nos lançamentos para o segmento. Atualmente, a duração dos estoques está em 12 meses, comparado aos 24 meses registrados no início de 2023, indicando que os estoques voltaram a níveis saudáveis, permitindo o retorno de novos projetos.
O segmento Minha Casa, Minha Vida (MCMV) apresentou um aumento significativo tanto na quantidade de unidades vendidas (56,9%) quanto no valor total de vendas ao longo dos últimos doze meses (65%). Além disso, houve um acréscimo expressivo de 29,2% no valor de venda dos lançamentos. Vale destacar que as recentes medidas do governo, como o FGTS Futuro, estão fortalecendo o mercado de habitação popular e ampliando o acesso à moradia para famílias de menor renda.
Segundo Luiz França, presidente da ABRAINC, com a aprovação da Reforma Tributária, o mercado imobiliário está ainda mais atento às implicações para os consumidores. “A entidade já vinha enfatizando a urgente necessidade de novas fontes de funding para expandir o acesso ao financiamento imobiliário, especialmente para a classe média. Com a proposta aprovada na Câmara, que deixou o Fator de Desconto sobre a Alíquota Modal para a incorporação em apenas 40%, podemos ver aumentos significativos na carga tributária sobre operações imobiliárias. Para mitigar esses efeitos, é necessário elevar o redutor para 60%, garantindo a manutenção da competitividade do mercado e facilitando o acesso à moradia para a população”, destaca.
O executivo reforça que o setor, responsável por mais de 2,9 milhões de empregos formais e que representa 7% do PIB nacional, poderá ser severamente afetado pelo aumento proposto na carga tributária, que representa um acréscimo de 40% em relação ao nível atual, impactando nos custos de produção e, consequentemente, nos preços dos imóveis, os quais, aliados à falta de funding, criarão mais barreiras para o acesso da população à casa própria.
Atualmente, a relação distrato sobre venda no segmento de médio e alto padrão permanece em baixo patamar (11,9%). Quando a Lei dos Distratos foi sancionada, em 2018, essa relação era de cerca de 40%.