Frio anima lojistas mas a maioria ainda aponta vendas menores em junho

Já no restante do país, a longa espera pelo inverno deve causar retração de 4,1% este ano

Crédito: Divulgação/FCDL-RS

A chegada do frio anima os lojistas gaúchos, onde a continuidade das baixas temperaturas fizeram o comércio comemorar, em especial o vestuário e bens duráveis, como aquecedores e secadoras. Conforme o presidente da Federação das AGVs, Vilson Noer, a dificuldade em projetar está a diferença de cenários, onde em 2023 não houve as enchentes que ocorreram em 2024.

“Nas cidades afetadas, o volume de vendas em junho deve ser afetado em algo entre 20% e 30%. Naquelas cidades não afetadas, há algumas localidades com crescimento de 10%”, comenta o dirigente. Dados da entidade revelam que 57,8% dos lojistas gaúchos apontam vendas menores em junho, contra 26,7% iguais e apenas 15,6% maior.

Já no restante do país, a longa espera pelo inverno deve causar retração de 4,1% este ano no varejo de vestuário, calçados e acessórios em relação a 2023. É o que aponta o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) sobre o impacto das altas temperaturas durante a estação em 2024. A entidade projeta um faturamento de R$ 14,06 bilhões entre os meses de maio e junho, o menor registrado para o período desde 2021.

“O calor fora de época deve prejudicar as vendas no setor, uma vez que, geralmente, o varejo da moda começa a se preparar para o inverno desde o mês de abril. A saída tem sido chamar aqueles consumidores que querem aproveitar os baixos preços com as promoções neste momento”, comenta o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

CALOR ATRAPALHA NO PAÍS

Segundo Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo, sazonalmente, o comércio de vestuário tende a ter uma aceleração de vendas neste período. “Porém, as temperaturas acima da média para essa época do ano têm neutralizado a evolução ainda favorável das condições de consumo, ocasionada, por exemplo, pela alta empregabilidade e inflação estável e pelos juros em queda”, afirma.

Já em relação ao consumidor, o economista destaca que o clima atípico também contribui para certa desconfiança. “As peças de inverno, costumam ter um custo e, consequentemente, um preço mais elevado. Assim, sem queda muito significativa das temperaturas, o consumidor acaba não materializando esse tipo de gasto como antes”, explica Bentes.