Agro responde pela alta de 4,1% do PIB do RS no primeiro trimestre

Na comparação com primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha teve crescimento de 6,4%

Após as estiagens de 2022 e 2023, e o excesso de chuvas em 2023, a Agropecuária recuperou espaço na economia do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) do RS no primeiro trimestre de 2024, portanto, antes das inundações que atingiram o Estado, registrou alta de 4,1% no período em relação ao quarto trimestre de 2023. Os números da economia gaúcha no primeiro trimestre de 2024 foram divulgados nesta terça-feira, 25, pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).

Quando a comparação é o primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha apresentou crescimento de 6,4%. O Brasil, na mesma base, cresceu 2,5% no período. O resultado foi puxado, principalmente, pelo avanço no segmento do campo, que apresentou expansão de 59,1%. Na mesma base de comparação, a Indústria (+0,5%) e os Serviços (+1,2%) também avançaram nos números gaúchos. No Brasil, a alta no PIB no primeiro trimestre foi de 0,8%, com crescimento de 11,3% na Agropecuária e de 1,4% nos Serviços, enquanto a Indústria registrou queda de 0,1%.

Na Indústria, as quatro atividades que compõem o segmento apresentaram alta, entre elas a da Indústria de Transformação, a principal do setor, com expansão de 0,1%, atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,4%), Construção (0,2%) e Indústria extrativa (1,5%), a de menor representatividade industrial no RS. Nos Serviços, o destaque positivo ficou por conta do Comércio, com crescimento de 3,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. As atividades de Transportes, armazenagem e correio (1,5%) e Serviços da informação (1,3%) também avançaram, enquanto a atividade de Intermediação financeira e seguros foi a única do segmento a apresentar queda (-1,7%).

COMPARAÇÃO ANUAL

O crescimento nas lavouras de Soja (71,2%) e de Milho (26,4%), ambas afetadas pela estiagem em 2022 e 2023, puxaram a alta da Agropecuária no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as principais culturas agrícolas do trimestre no estado, o Arroz também teve avanço na produção (4,3%), enquanto o Fumo (-2,6%) e a Uva (-22,2%) registraram queda.

Na Indústria, a alta de 2,6% entre janeiro e março foi influenciada principalmente pela atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com alta de 40,7%. “A estiagem registrada nos primeiros meses de 2023 restringiu a produção de energia hidroelétrica, o que impactou no resultado econômico desta área. As chuvas dentro da normalidade no início deste ano reverteram este quadro”, explica o pesquisador Martinho Lazzari. A Indústria extrativa mineral teve alta de 2,1% no período em relação ao ano passado, enquanto a Indústria de transformação, a principal atividade industrial do estado, registrou queda de 1,0%, e a Construção também caiu 0,4% no período.

Entre as 14 atividades monitoradas da Indústria de Transformação, a queda nos números é explicada, principalmente, pelo desempenho da Fabricação de máquinas e equipamentos (-26,8%), Veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,5%) e Produtos alimentícios (-4,9%). Entre as altas mais expressivas, se destacaram as atividades de Produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (+93,9%) e Produtos do fumo (+19,4%). “No primeiro trimestre de 2023, a Refinaria Alberto Pasqualini esteve com a produção pausada para manutenção e realização de investimentos. Com a retomada este ano, a produção retomou aos padrões habituais”, ressaltou Lazzari.

Nos Serviços, a alta de 3,2% foi influenciada especialmente pelo Comércio, com alta de 4,7%, Outros serviços (5,1%) e Serviços de informação (5,1%). Entre as atividades do Comércio, os principais destaques foram os aumentos nas vendas nos Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+14,1%), Comércio de veículos (+18,8%) e nos Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,2%). Entre as baixas, as mais significativas foram nas Vendas de combustíveis e lubrificantes (-5,2%) e de Material de construção (-2,5%).

Com o resultado de janeiro a março, no acumulado de quatro trimestres o PIB do RS apresenta crescimento de 3,0%. No país, a alta é de 2,5%.