Antes que a chuva retornasse à Capital, o bairro Sarandi, na zona Norte, recebeu neste domingo mais uma força-tarefa de limpeza após a enchente histórica de maio. O mutirão realizado pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) percorreu via internas da Vila Elizabeth. As equipes trabalharam na limpeza do perímetro localizado entre a rua Aderbal Rocha de Fraga, avenida Faria Lobato e rua Gabriel Franco da Luz.
Moradora da rua Vieira da Cunha, Deise Barros celebrou a retirada dos resíduos, mas lamentou que o bairro tenha sido um dos últimos a ter a água escoada e iniciado o processo de limpeza. Ela precisou ficar 46 dias fora de casa durante a cheia. “Como não estavam vindo recolher, a gente colocou os entulhos na avenida. As ruas menores começaram neste final de semana. Mas é algo que a gente fica sem palavras. Ver bens que a gente adquiriu ao longo dos anos destruídos é muito triste. Muitas coisas possuem um apego sentimental”, completou a moradora.
Em outros pontos mais afastados do bairro, moradores relatam que ainda há um acúmulo de entulho grande onde só é possível passar a pé. Nestes locais, próximos ao arroio Sarandi, foram colocadas placas de madeira para improvisar uma trilha no meio dos entulhos. Um destes trilhos leva à casa de Leandro Souza, na rua Oliveira Lopes. Na casa dele, de dois pavimentos e uma das últimas antes do arroio, a água atingiu uma marca de cerca de 4,30 metros.
Além do Sarandi, serviços de limpeza foram realizados no Anchieta, Humaitá, Vila Farrapos e Ilha da Pintada. Conforme o DMLU, cerca de 1.040 garis estão atuando nos bairros mais afetados pela cheia do Guaíba. “O Sarandi foi um dos bairros mais afetados pela inundação e um dos últimos a ter o recuo das águas. Além disso, abrange uma grande área territorial, por isto resolvemos intensificar esforços na região neste fim de semana”, destacou o diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker.
Os trabalhadores são auxiliados por 477 equipamentos, entre caminhões e retroescavadeiras, que contam também com equipe de motoristas e operadores das máquinas, entre fiscais e apontadores, somando um efetivo de cerca de 1,5 mil pessoas na força-tarefa de limpeza da Capital. No Sarandi, há também um terreno destinado para o descarte de resíduos pós-enchente na rua Sérgio Jungblut Dieterich, próximo à avenida Severo Dullius.