O nível do Guaíba em Porto Alegre no final da madrugada desta terça-feira estava em 2,15 m na régua instalada no Cais Mauá, junto ao Centro da cidade. A tendência era praticamente estável em relação a ontem, de acordo com a MetSul Meteorologia. A marca atual está 35 centímetros abaixo da cota de alerta, 85 centímetros inferior à cota de transbordamento e cerca de três metros abaixo do pico da cheia na primeira semana de maio.
Com base nos dados dos níveis dos rios no interior do estado e que desembocam em Porto Alegre, o cenário é radicalmente distinto daquele do começo de maio, quando os níveis das águas subiram com impressionante velocidade e força.
Tal como vinha se informando, os volumes de chuva desta vez nas bacias contribuintes seriam muito menores do que no fim de abril e no começo de maio, o que não levaria a uma nova enchente de grandes proporções. Os dois principais rios contribuintes do Guaíba são o Jacuí e o Taquari.
Gravataí, Sinos e Caí são rios de menor contribuição para o nível do Guaíba em Porto Alegre. O Taquari atingiu ontem o pico de cheia em Estrela com pouco mais de 24 m e já está em recuo no vale. O dado é extremamente relevante para dimensionar o risco para Porto Alegre. Uma cheia de 24 m é de médio porte em Estrela.
Nas enchentes da primavera do ano passado, o nível foi a 29 m. Em maio, no recorde histórico, o Taquari passou de 33 m. Assim, haverá aumento de vazão do Taquari para o Guaíba que contribui para elevar o nível em Porto Alegre, e que se somará a outros rios, mas a subida não vai chegar perto, ao menos com o que choveu até agora, das marcas de novembro de 2023 (3,46 m) e muito menos de maio de 2024 (acima de 5 m).
Como o Guaíba está com mais de dois metros, o risco se concentra nas ilhas de Porto Alegre que deverão enfrentar alguns alagamentos, mas dentro daquilo que costuma ocorrer em cheias do Guaíba de pequeno a médio porte. Com base no que choveu até o momento, o risco de repetição do ocorrido em maio é zero.