As montanhas de resíduos nas ruas da região do 4º Distrito – que foi uma das mais afetadas pela enchente – já estão dividindo espaço com o veículos e em algumas vias chegam até a bloquear o fluxo. Esses montes mostram, em parte, os prejuízos significativos que os empresários locais tiveram.
Além dos entulhos nas partes secas, a região ainda enfrenta vias alagadas. Parte da Voluntários da Pátria, Rua do Parque, no bairro São Geraldo, e a Comendador Azevedo, no bairro Floresta, são exemplos de locais que preocupam os proprietários e os motoristas precisam prestar atenção.
Calçando botas e luvas, os empresários limpam e tentam salvar o que está menos danificado. Muitos ainda não conseguiram calcular com exatidão os prejuízos. Outros questionam a possibilidade da chegada de um novo episódio de chuva, enquanto outra parte cobra a postura dos governantes na prevenção e ações para o futuro.
Valdir da Silva Santos, é morador e proprietário de uma marcenaria, no bairro São Geraldo. Voltou para casa depois de 27 dias e ainda não conseguiu organizar e limpar todo o seu negócio. Ele estima que o prejuízo causado pela água seja entorno de R$ 50 mil, entre chapas e máquinas, fora os utensílios domésticos danificados pela água que chegou a dois metros.
“Dá uma tristeza na gente, né, porque a gente trabalhou o tempo todo aí pra arrumar as coisas. Agora a gente parece que está num túnel de lixo. A gente fica apavorado”, lamentou.
Os proprietários de uma estamparia, no bairro Navegantes, também estão tentando organizar o que sobrou do espaço após o desastre.
“Somos empreendedores pobres, trabalhamos para manter o negócio andando, sem nenhum apoio milionário. Dependemos muito de nós mesmos,” relatou Henrique Oliveira, destacando a ausência de infraestrutura adequada, como geradores, que poderia ter mitigado os danos.
“É uma loucura, uma sensação de impotência. Só esperamos que isso não aconteça novamente, mas a incerteza é grande”, completou.
A enchente inundou sua estamparia, deixando o local intransitável. A empresa tem seguro, mas o processo de indenização ainda não está definido. Os danos materiais são enormes e podem aumentar se as máquinas não puderem ser consertadas.
“Se as máquinas tiverem conserto estimamos um prejuízo de meio milhão. Caso contrário, pode chegar a três milhões. Perdemos uma calandra, três impressoras, uma prensa, além de vários computadores e um grande estoque de produtos.”
O empresário destaca a sensação de abandono e a dificuldade de se recuperar sem um apoio mais eficaz e rápido. “É uma loucura, uma sensação de impotência. Só esperamos que isso não aconteça novamente, mas a incerteza é grande.”
Outro ponto levantado pelos sócios é a questão do acúmulo de resíduos na frente das empresas. “Nosso lixo estava organizado, mas as pessoas vêm à noite e mexem”, disse Valdir Marques. Que também ressaltou que o local não foi furtado devido as rondas de segurança que foram contratadas por alguns empresários.