Um total de 20% das lojas existentes em Porto Alegre foram totalmente invadidos pelas águas, enquanto 15,2% foram parcialmente atingidas. Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Sindilojas Porto Alegre para obter dados sobre os impactos das enchentes para os lojistas na capital gaúcha. O levantamento também considerou que 65,7% dos lojistas não tiveram nenhum impacto.
Entre os lojistas que tiveram o seu local de trabalho atingido pela enchente, seja total ou parcialmente, 69,4% responderam que já acessaram a loja. Sobre o percentual de prejuízo para quem teve o seu negócio invadido a pesquisa revelou que 8,3% perderam tudo. Para 41,7%, os prejuízos ficaram entre 50 e 75% da loja. Acima de 75% da loja atingida foi relatado por 19,4% dos respondentes. Apenas 5,6% dos lojistas relataram perda de até 10%.
SEGURO
Cerca de 13% dos empresários relataram ter seguro contra enchentes em sua empresa. Mais de 77% disseram não ter este tipo de apoio. E quase 10% responderam ainda não saber se tem ou não o seguro. Sobre furtos, roubos ou saques, 3,8% afirmaram ter sofrido este tipo de ataque durante a tragédia. Cerca de 85% não sofreu nenhum dano deste tipo e, mais de 11% ainda não sabem dizer.
O Sindilojas POA e o Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre realizaram no início de maio um acordo coletivo emergencial em prol da manutenção dos empregos no setor. Com isso, flexibilizações trabalhistas foram criadas na relação empregador e empregado. Em cima disso, a pesquisa perguntou se os lojistas pretendem tomar alguma medida em relação aos funcionários.
Com a opção de uso de algum auxílio do Governo Federal, os empresários responderam que sim, vão precisar (55,7%). Os que disseram que talvez precisem, somam 18,9%. Cerca de 25% afirmaram não ser preciso o uso de auxílio. A maioria dos lojistas, 65,1%, disse que flexibilizações trabalhistas criadas na relação empregador e empregado acertadas entre o Sindilojas POA e o Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre no coletivo emergencial em prol da manutenção dos empregos no setor serão importantes para o setor.
Entre os que disseram que sim, seguem as medidas a serem tomadas:
Antecipação de férias individuais | 50,8% |
Compensação de jornada por meio de banco de horas | 47,6% |
Demissão de funcionários | 39,7% |
Acordos coletivos de trabalho | 20,6% |
Férias coletivas | 9,5% |
O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva, vê com preocupação os dados, pois as perdas são grandes. Porém, lembra que o setor já passou por momentos delicados, como na pandemia e soube enfrentar os problemas. “Estamos firmes no propósito de ajudar os lojistas nesta retomada do comércio que foi fortemente abalado com as enchentes. O setor do comércio varejista é resiliente. Estamos agindo em prol da manutenção dos empregos, costurando acordos e pressionando o Governo Federal por um programa de preservação de empregos para os municípios em estado de calamidade”, comentou.