Dados da economia dos EUA preocupam analista

Números do PIB e da inflação são considerados de más notícias mas boas para investidores

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A economia dos EUA registrou um leve crescimento no primeiro trimestre do que estimado anteriormente após revisões para baixo dos gastos dos consumidores. Conforme divulgou o Departamento de Comércio nesta quinta-feira, 30, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anualizada de 1,3% de janeiro a março, abaixo da estimativa prévia de 1,6% e notavelmente mais lento do que o ritmo de 3,4% nos últimos três meses de 2023.

Também foram divulgados os números de inflação no primeiro trimestre do medidor favorito do Fed, o Índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE). O núcleo de preços, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, apresentou alta de 3,6% no primeiro trimestre, abaixo da primeira leitura, em 3,7%, mas acima dos 2% do trimestre anterior. Já os preços do PCE – o índice cheio – subiram 3,3%, ante primeira leitura de 3,4%, e 1,8% no trimestre anterior.

Para o analista da Investing.com, Thomas Monteiro, é bastante preocupante os resultados divulgados para o indicador e para a lucratividade das empresas, enquanto as pressões inflacionárias não parecem reduzir no mesmo ritmo.

“Dado o tom positivo geral da temporada de balanços do primeiro trimestre, esses números permanecem na categoria de más notícias são boas notícias, ainda que marginalmente neste ponto. Uma maior deterioração das condições econômicas será certamente um problema para as ações à medida que nos aproximamos perigosamente de um cenário de estagflação”, comenta.

Embora isso coloque mais pressão sobre o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) para começar a reconsiderar as condições financeiras para o segundo semestre, o mercado de títulos parece ter respondido com ceticismo aos números. Na opinião de Monteiro, isso sugere que os investidores ainda estão precificando um ambiente difícil para o Fed no futuro.

“Será interessante ver como o FOMC irá abordar a atividade econômica mais lenta do que o esperado em sua próxima reunião em junho. Embora não prevemos mudanças no quadro geral, isso se encaixa perfeitamente na posição mais “dovish” do presidente do Fed, Jerome Powell, de antes”, aponta o analista da Investing.com