Emprestado da Física para as Ciências Sociais e Humanas, o termo “resiliência” diz respeito à capacidade de um material retornar ao normal depois de submetido a uma tensão. O conceito agora transborda para a realidade do Rio Grande do Sul, a partir da proposta do Pacto Alegre e do seu Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente. Composto por seis projetos, que vão desde comunicação até um hospital veterinário de campanha, o desafio apresenta uma abordagem que combina ciência e inovação para transformação social e prevenção de desastres naturais.
Trata-se do Projeto Estratégia de Resposta Climática e Resiliência que, como sugere o nome e o conceito por trás dele, tem como missão auxiliar a sociedade gaúcha a retomar ao seu “normal”, ou melhor, restabelecer-se. De acordo com Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, Coordenador do Pacto Alegre e articulador do projeto, esta é uma iniciativa, ao mesmo tempo, de longo prazo e de prevenção.
“Vamos acompanhar o restabelecimento da infraestrutura da cidade, comunicando cada passo de forma adequada, direta e centralizada, baseada em dados. Trata-se de um programa que deve fomentar a construção, a adaptação e a realocação, quando necessário, das infraestruturas de moradia, transporte, água, energia e esgoto, para prepará-las para novas emergências”, revela.
“A ideia é estabelecer um programa que seja capaz de promover a proteção e a restauração da vegetação nativa florestal e não florestal, bem como estimular a produção agrícola, o uso do solo, da água e da biodiversidade de forma mais sustentável e resiliente, fundamentado em princípios ecológicos e de economia circular renovável”, completa Márcia Barbosa, Pesquisadora da Rede de Emergência Climática e Ambiental da UFRGS e articuladora deste projeto.
Objetivamente, o projeto terá a missão de monitorar dados naturais continuamente; desenvolver um sistema de alertas; acompanhar o desenvolvimento de infraestrutura básica de água, energia e urbanismo; e comunicar de forma adequada, direta e centralizada a sociedade gaúcha. Isso se dará em duas principais frentes: Think Tanks e Programas Estruturantes.
No total, são 11 Programas Estruturantes, que envolvem membros dos Think Tanks e outras parcerias. São eles: Monitoramento e Alerta Climático, Proteção contra as Cheias POA, Retomada Econômica, Educação Climática e Ambiental, Emergência Climática e Ambiental, Habitação Emergencial e Social, Capacitação em Preparação e Resposta a Emergências, Produção Local de Alimentos, Infraestruturas Críticas e Adaptativas, Educação para Resiliência e Mobilização Social. Para isso, conta inicialmente com o apoio do Comitê de Crise da Abrigos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Green Thinking, Hopful, Procempa, Secretaria Municipal de Assistência Social, Instituto Caldeira, 20/9, Ministério Público, SUCESU, PUC-RS, Coletivos TI Abrigos RS, Ajuda RS e SOS RS.