O saldo total da carteira de crédito deve crescer 0,3% em abril. É o que revela a Pesquisa Especial de Crédito da Febraban, com destaque para a alta esperada nos recursos para as famílias (+0,7%). Se o resultado se confirmar, o ritmo de expansão anual da carteira deve acelerar pelo terceiro mês seguido, passando de 8,3% para 8,6%, reforçando os sinais de um cenário mais positivo para o crédito em 2024, que tem se beneficiado do ciclo de queda da taxa de juros e da moderação nas taxas de inadimplência.
As projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, a depender da linha de crédito, de 41% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional. O levantamento da Febraban é divulgado mensalmente como uma prévia dos dados oficiais, que estão programados para serem divulgados no dia 27 de maio, pelo Banco Central nas Estatísticas Monetárias e de Crédito.
De acordo com os dados da pesquisa, a carteira Pessoa Física com recursos livres deve crescer 0,6% no mês, liderada pelos financiamentos de veículos, que têm se favorecido do processo de queda dos juros, e do cartão de crédito à vista, neste caso, impulsionado pelo consumo aquecido das famílias.
CRÉDITO
Já a carteira direcionada deve seguir apresentando desempenho robusto e crescer 0,9%, novamente mostrando avanço disseminado entre as modalidades. Assim, o ritmo de expansão anual da carteira Pessoa Física deve voltar a mostrar aceleração, passando de 10,1% para 10,6%.
Já o crédito destinado às empresas, por sua vez, deve recuar 0,4% em abril. A queda deve ser puxada pela carteira com recursos livres (-0,9%), afetada pela sazonalidade negativa das linhas de fluxo de caixa e por um desempenho ainda fraco da modalidade capital de giro, a principal da carteira.
Por outro lado, o crédito Pessoa Jurídica direcionado deve crescer 0,5%. Em 12 meses, o ritmo de expansão da carteira PJ deve ficar praticamente estável, em 5,7% (ante 5,6% em março), com relativa estabilidade tanto na carteira livre (permanecendo em 3,0%) quanto na direcionada (de 10,5% para 10,7%).
CONCESSÕES
As concessões de crédito devem retrair 0,5% em abril (ou -9,5% quando ajustado por dias úteis). O menor volume no mês é especialmente afetado pela sazonalidade negativa de algumas modalidades Pessoa Jurídica, mas a retração na margem deve ser disseminada entre os recursos e segmentos.
O maior recuo deve ocorrer nas concessões destinadas às empresas, especialmente nas operações com recursos livres, diante da típica retração das linhas de fluxo de caixa (descontos de duplicatas e antecipação de faturas de cartão) no início do trimestre. O volume de concessões destinado às famílias também deve recuar na margem, mas em menor medida.
Entretanto, na visão acumulada em 12 meses, que elimina as influências sazonais, o volume de concessões deve mostrar um ganho de tração, passando de uma alta de 5,6% em março para 7,8% em abril. No mesmo sentido, a comparação com o mês de abril de 2023 (que também elimina fatores sazonais) aponta alta de 3,9% na média de dias úteis (ou +0,2% quando também ajustado pela inflação).