A expectativa do mercado financeiro na semana que inicia, com menor impacto de indicadores na economia brasileira, vai ficar por conta do reflexo de uma taxa de juros que poderá chegar ao final do ano com dois dígitos, contrariando as expectativas até então para a taxa Selic em 2024. A interpretação deverá estar expressa em dados a serem divulgados no Relatório Focus, do Banco Central nesta segunda-feira, 20. No cenário dos balanços corporativos, os investidores ficarão atentos se a empresa de chips Nvidia continua batendo recordes de receita e lucro acima das projeções do mercado – que seria a sexta vez consecutiva – em meio à corrida pela inteligência artificial.
Outro ponto de atenção é a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). O documento apresenta a visão dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em relação à aceleração da inflação nos EUA no primeiro trimestre na última reunião de política monetária da instituição, em 1º de maio. A autoridade monetária manteve a taxa de juros no intervalo de 5,25% a 5,5% e o presidente do Fed Jerome Powell apontou não ver necessidade de nova alta de juros, mas reforçou que não há previsão de início de cortes de juros.
Na segunda-feira, ainda, está prevista a divulgação da segunda leitura do IGP-M de maio. A terça-feira, 21, será mais movimentada com a divulgação da receita tributária do Brasil e a Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na quinta-feira, a Fundação Getulio Vargas libera a terceira leitura do IPC-S e a Sondagem da América Latina, enquanto a CNI trará os indicadores setoriais de maio no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). A semana encerra com a FGV divulgando a Sondagem do Consumidor. Já na agenda de indicadores, os principais destaques são os números semanais de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidaos, na quinta-feira, e a leitura final de maio do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, com a atualização das expectativas de inflação de médio prazo, que voltaram a subir na divulgação preliminar do indicador.