Os prejuízos com os temporais no Rio Grande do Sul já ultrapassaram R$ 569 milhões em danos na agricultura e na pecuária. Os dados, atualizados até o dia 7, são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e, entre os setores privados afetados, a agricultura é a mais atingida com R$ 435 milhões em prejuízos, logo em seguida está a pecuária com R$ 134,7 milhões.
O levantamento é parcial, pois das 388 cidades afetadas, 336 tiveram, até o momento, a situação de anormalidade reconhecida pelos governos estadual e federal em Estado de Calamidade Pública. O total da economia afetada no estado, desde o dia 29 abril, soma mais de R$ 4,6 bilhões em prejuízos financeiros.
De acordo com André Corradini, engenheiro agrônomo, mestre em gestão do conhecimento e coordenador dos cursos de ciências da terra na Uninter, o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção de arroz no país, além de ter produções expressivas nacionais como feijão, trigo, milho, soja e laticínios. Além disso, também tem uma menor contribuição, mas que deve ser considerada, no fornecimento de carne de porco para o consumo nacional.
“O planejamento com importação de arroz e feijão vai ajudar no abastecimento, mas podemos ter uma alta dos preços, em breve. As perdas de safras inteiras na região, se contarmos em médio prazo, deve levar em torno de um ano e meio a dois anos para se ter um início de recuperação. Porque as enchentes prejudicam o solo e levam o adubo e toda a estrutura de matéria do solo.”, comenta Corradini.