A vereadora Lourdes Sprenger (MDB) é ré por injúria racial e prática discriminatória. Os crimes teriam ocorrido contra um servidor público negro e três estagiárias. A parlamentar nega as acusações, afirmando que partem de desafetos em ano eleitoral. Advogados do grupo evitaram comentar o caso, mas parte dos responsáveis pela denúncia destacou a possibilidade de entrar com uma ação de R$ 1 milhão em verbas indenizatórias contra a vereadora. O montante seria destinado ao Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência.
Um boletim de ocorrência foi registrado, no início do ano, na Delegacia de Combate à Intolerância, em Porto Alegre. No documento, foi dito que a vereadora teria chamado estagiárias de “debiloides” e mencionado que elas não tinham condições de exercer as funções para as quais foram contratadas.
Ainda segundo a investigação, as estagiárias atuavam na Escola do Legislativo e eram chefiadas por um servidor público, que tinha função gratificada. Ele foi exonerado em outubro do ano passado, supostamente a pedido da vereadora, que o teria chamado de “negro sujo e nojento” durante uma reunião sem a presença dele. Ela também teria feito comentários sobre a religião do funcionário, que é de matriz africana.
Segundo a Polícia Civil, foram analisados diversos documentos referentes ao processo de desligamento do funcionário, que era diretor da Escola Legislativa. A instituição adicionou que uma ex-assessora da parlamentar procurou o servidor, após também ter sido exonerada, e relatou as ofensas a ele. Ao final da investigação, a vereadora foi indiciada por injúria racial e prática discriminatória de raça, cor e contra pessoas com deficiência.
Lourdes Sprenger afirmou que as acusações não procedem e que foram feitas por desafetos, propositalmente em ano eleitoral. Ela também disse que ainda não recebeu citação judicial do caso.
“As denúncias são inverdades, tenho documentação para provar isso. São alegações feitas por desafetos, sendo uma pessoa que exonerei e outro, que perdeu função gratificada. Eles vão dizer mil coisas, porque em época eleitoral é assim. O que vale é o que a Justiça definir”, disse.