Foi um dia de extrema volatilidade nos mercados ao redor do mundo e marcado por diversas mudanças de narrativa, o que para analistas de economia parece o fator mais interessante. A primeira curiosidade é a reprecificação dos riscos da guerra do Oriente Médio, onde os investidores tendo acreditado que, talvez, o conflito na região não tenha uma escala da maneira que estava sendo esperado no fim de semana. “Ou seja, talvez a disrupção nas cadeias de supply chain não seja tão grande quanto a gente esperava no fim de semana”, comenta Thomas Monteiro é analista-chefe do Investing.com.
Para ele, os investidores saíram um pouco do dólar, do ouro e foram se realocar em ações de maior risco, principalmente seguindo os earnings excelentes do Goldman Sachs, antes da abertura do mercado nos Estados Unidos. Eles demonstraram que a atividade de investment banking, devido principalmente a essa subida global dos M&As, no primeiro quarto do ano, trouxe de fato muitos lucros e isso deve refletir em diversos setores da economia.
“No entanto, isso mudou. O mercado virou para o vermelho e afundou durante o dia. Os dados de retail sales, que são os dados do comércio americano, mostraram que a economia ainda se mostra muito resiliente, e que as pressões inflacionárias continuam muito fortes em diversos segmentos, inclusive do consumidor nos Estados Unidos, que adiciona a grande quantidade de dados econômicos, que indicam que não há motivo para o Fed pensar em cortar juros nesse momento, e seria inclusive imprudente fazer isso. Quer dizer, ainda precisamos de um pouco mais de restrição monetária”, diz Monteiro.
No Brasil isso refletiu também numa queda no índice geral, mas com diversos pontos mais positivos, como a BRF, a Vale e a Petrobras. “Temos movimentos positivos. Tanto é que a bolsa Brasileira hoje acabou caindo menos do que a bolsa americana.