A Azul divulgou nesta quinta-feira, 28, lucro líquido de R$ 403,3 milhões no quarto trimestre do ano passado, o que representa um crescimento de 74,5% sobre o desempenho de 12 meses anteriores. Em termos ajustados, porém, a companhia teve prejuízo líquido de R$ 270,6 milhões nos últimos três meses de 2023, 55,7% inferior ao resultado negativo de2022.
A Azul informou que não vai conseguir entregar as demonstrações financeiras auditadas e o relatório do auditor independente relativos a 2023 no prazo legal. Segundo a companhia, “uma vez que o trabalho dos auditores independentes em relação à revisão de tais demonstrações ainda não foi concluído”
Para Bruno Cirano, economista e investidor da Corano Capital, balanço da Azul confirma o que vinha sendo observado no setor, que é uma tendência de melhora de acomodação de despesas versus receita. Esse desencontro tinha acontecido especialmente durante a pandemia e pós-pandemia. “Durante a pandemia houve a falta de demanda e manutenção de muitos custos. Na pós-pandemia, explosão do preço do petróleo, que é o principal insumo da aviação. E existe um desencontro nas companhias aéreas entre conseguir repassar o custo presente versus o modelo de venda”.
O desempenho mostra que, independentemente do frande endividamento da Azul, que também, a companhia está conseguindo fazer a lição de casa e talvez até se beneficie do momento de fragilidade da Gol. “Não só no sentido de tentar comprar a empresa, mas de se apropriar do espaço do share de mercado que a Gol, provavelmente, até por essa exposição negativa na mídia, já está sofrendo”, diz.