O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% em janeiro de 2024 comparado com dezembro de 2023. É o que aponta o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e divulgado nesta terça-feira, 19. Em janeiro de 2023, o PIB avançou 4,1%.
“O crescimento deve-se ao desempenho positivo da agropecuária e do setor de serviços, pela ótica da produção, e do consumo das famílias e da exportação, pela ótica da demanda. Em contrapartida, a indústria e a formação bruta de capital fixo (investimentos) retraíram no mês. Esse padrão é bastante semelhante ao observado no ano passado, com crescimento sustentado pela agropecuária, serviços, consumo das famílias e exportações”, afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB.
“Para 2024, há expectativa de melhora para os investimentos e a indústria, embora isto ainda não tenha sido observado no primeiro mês do ano. Isto se justifica pela expectativa da continuidade na redução da taxa de juros ao longo de 2024. Embora o ciclo de afrouxamento monetário tenha se iniciado em meados de 2023, há certa defasagem no alcance dos seus efeitos na atividade econômica, o que explica a persistência de resultados negativos em segmentos mais suscetíveis aos efeitos da política monetária no início do ano”, completou Juliana.
CONSUMO DAS FAMÍLIAS
No trimestre móvel terminado em janeiro, houve crescimento de 3,0% no PIB em relação ao mesmo período do ano anterior. Nessa comparação, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 3,6%, com resultados positivos em todos os componentes.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma retração de 0,6% no trimestre terminado em janeiro ante o mesmo período do ano anterior. “Embora ainda em terreno negativo, este resultado mostra tendência de melhora da FBCF, que chegou a retrair 6,8% no terceiro trimestre de 2023”, informou a nota do Monitor do PIB.
A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 8,7% no trimestre encerrado em janeiro ante o mesmo período do ano anterior, impulsionada pelos produtos agropecuários. Já a importação de bens e serviços aumentou 2,5% no período, sob a influência positiva de serviços e de bens de consumo. Em termos monetários, o PIB alcançou R$ 997 bilhões no mês de janeiro, em valores correntes. A taxa de investimento da economia foi de 14,7% em janeiro.