Servidores do BC tem nova assembleia hoje para avaliar nova proposta do governo

Mobilização tem causado atrasos nas divulgações da autoridade monetária nos últimos meses

Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil

Os servidores do Banco Central devem avaliar nesta quinta-feira, 22, em assembleia, nova proposta remuneratória feita pelo governo. O Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos (MGI) apresentou uma nova proposta financeira e de estrutura de carreira para os servidores do Banco Central (BC) em reunião realizada nesta quarta-feira.

Na terça e quarta-feira desta semana, os servidores do Banco Central (BC) paralisaram as atividades. Essa mobilização tem causado atrasos nas divulgações da autoridade monetária nos últimos meses, como o relatório Focus e as informações sobre fluxo cambial, que não foram divulgadas nesta semana.Os servidores pedem um reajuste de 36% e reestruturação da carreira. O grupo ainda pede a exigência de nível superior para o cargo de técnico, a mudança de nome do cargo de analista para auditor e a criação de uma “retribuição por produtividade institucional”, semelhante à existente para os auditores-fiscais da Receita Federal.

No ano passado, a categoria chegou a parar por 90 dias por reajuste salarial e reestruturação da carreira, sem qualquer resultado junto ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Neste ano, a regulamentação da lei sobre bônus de produtividade dos auditores fiscais da Receita Federal em junho elevou a insatisfação dos funcionários do BC, que contam com apoio público não apenas do presidente Campos Neto, como dos demais diretores da instituição.

CONCURSO

Em janeiro, o Banco Central divulgou edital para concurso público com a oferta de 100 vagas, com salários iniciais de R$ 20,9 mil, mais auxílio-alimentação e direito à assistência médica, que tem custos divididos igualmente entre os servidores e o Banco Central. As oportunidades são para profissionais graduados em diversas áreas de conhecimento. É o primeiro concurso do BC com cotas para negros.

As oportunidades são para analistas na seleção, distribuídas para analista na área de tecnologia da informação (infraestrutura, rede e desenvolvimento) – 50 vagas, e o mesmo número para analista na área de economia e finanças. O diretor de administração do Banco Central (BC), Rodrigo Alves Teixeira, afirmou  que o atual governo tem uma visão de que é necessário recompor os quadros no serviço público que se aposentaram nos últimos anos. Segundo ele, cerca de 300 servidores da autarquia atualmente estão em condição de se aposentar.