Ter um emprego com carteira assinada é o sonho de muitos brasileiros, mas não significa ter tranquilidade financeira. A maioria dos trabalhadores (63%) enfrentam dificuldades para cobrir suas despesas básicas, como moradia, alimentação, saúde e transporte. É o que mostra a 3ª edição da Pesquisa Hábitos e Impactos da Saúde Financeira dos Trabalhadores, das fintechs Zetra e SalaryFits, em parceria com a On The Go, empresa de pesquisa de mercado.
Para 58% dos entrevistados chegar ao final do mês sem dinheiro é estressante, enquanto 44% relatam aumento da irritabilidade em casa, 44% apresentam diminuição da atenção e 34% experimentam menor produtividade no trabalho. Os dados da pesquisa revelam que, embora a situação financeira dos trabalhadores seja crítica, houve uma ligeira melhora em relação a 2021, quando 66% deles não tinham recursos suficientes para despesas básicas. Em 2019, o percentual era de 58%.
A pesquisa destaca uma falta de planejamento financeiro em 55% das famílias com renda acima de 20 salários mínimos, e que enfrentam dificuldades. As mulheres, representando 66% dos casos, lideram as estatísticas, enquanto os jovens até 30 anos enfrentam esse desafio em 47% dos casos. Quando falta dinheiro, 24% dos entrevistados recorrem a freelas, 16% utilizam o cheque especial, com uma taxa média de juros de 7,96% ao mês, e 10% optam por empréstimos bancários. Além disso, 52% dos entrevistados ficaram negativados no SPC ou Serasa nos últimos 12 meses.
A educação financeira desponta como a principal ferramenta, com 29% dos entrevistados expressando interesse nesse tipo de programa. Crédito com juros mais baixos (28%) e acompanhamento psicológico (16%) também foram citados como soluções desejadas. O estudo, que entrevistou 1 mil trabalhadores de todo o país.