Mercado financeiro projeta IPCA de janeiro em queda

Estimativa varia entre 0,36% e 0,37%, abaixo do registrado em dezembro, de 0,56%

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O mercado financeiro projeta para esta quinta-feira, 8, na divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um percentual variando entre 0,36% e 0,37%. Se confirmado, ficará abaixo do registrado em dezembro, de 0,56%, e que levou a inflação anual de 2023 para 4,62%, acima do centro da meta de 3,25%, mas abaixo da banda superior, que inclui um adicional de 1,5 ponto percentual, para 4,75%. Para este ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que o centro da meta é 3%, com as mesmas faixas de limite para mais ou para menos.

Conforme analistas da plataforma investing.com, na prévia de metade do mês de janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,31%, puxado pelo setor de alimentação e bebidas, que subiu 1,53%. Enquanto isso, a grande influência negativa foi o setor de passagem aérea, com queda de 15,24%. Segundo o banco BTG, a divulgação “ajudará a orientar o mercado após resultado mais benigno do headline do IPCA-15, mas com composição negativa”, apontou em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, indicando riscos altistas para alimentação no domicílio.

ALIMENTO PRESSIONA

Marcela Kawauti, economista da Lifetime Asset, projeta um indicador mensal de 0,37%. “Na minha projeção eu não coloquei uma queda de passagem aérea tão grande quanto a vista no IPCA-15 porque provavelmente isso é algo que é passageiro, que não vamos ver de forma recorrente, e os preços de alimentação continuam pressionando”. A economista menciona como gatilhos que podem levar um número mais alto uma variação maior tanto em combustível quanto em alimentação.

Já Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, espera um avanço mensal de 0,36% no indicador. Além da alimentação, o especialista elenca a leitura dos serviços subjacentes como fator de atenção. “Os preços da alimentação (em especial in natura), que em geral já apresentam sazonalidade inflacionária altista nessa época do ano, parecem estar ainda mais pressionados devido aos efeitos altistas associados ao fenômeno climático El Niño”, pontua Costa, ponderando que a inflação fora do domicílio teve tendências mais favoráveis.

“Algumas das leituras dos núcleos da inflação estão poluídas devido ao efeito baixista da passagem aérea (item especialmente volátil do IPCA), de forma que é necessário bastante cautela na análise dessas medidas da inflação”, conclui o especialista.