O comércio varejista gaúcho apresentou queda de 2,9% no volume de vendas em dezembro, sendo que na média móvel trimestral o recuo foi de -0,9%. A boa notícia é que o desempenho no setor no Rio Grande do Sul é de expansão de 2,3% se comparado com dezembro de 2022, mesmo percentual positivo no acumulado do ano passado. O resultado ficou entre as principais registradas no último mês do ano no cenário brasileiro, ao lado das do Espírito Santo (-14,3%) e Paraná (-1,8%). Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças; material de construção; e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 2,8% em dezembro, na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral apresentou variação de -0,3%. Na comparação com dezembro de 2022, o varejo ampliado recuou 1,9%, enquanto no ano de 2023 acumulou alta de 1,2%.
Em relação a dezembro de 2022, o comércio varejista gaúcho avançou 2,3%, com taxas positivas em cinco das oito atividades: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (22,4%); Combustíveis e lubrificantes (10,7%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,0%) e Móveis e eletrodomésticos (1,1%). Completando as atividades do varejo, três recuaram frente ao mesmo mês no ano anterior: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-24,3%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-18,4%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,7%).
COMÉRCIO AMPLIADO
No comércio varejista ampliado, que recuou 1,9% em relação a dezembro de 2022, duas das três atividades complementares tiveram variações negativas: Material de construção caiu 3,4% e Veículos, motocicletas, partes e peças teve queda de 2,7%. Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, por sua vez, teve alta de 3,5% no período.
Em dezembro de 2023, o volume de vendas de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação cresceu 22,4% frente a dezembro de 2022, quarto resultado positivo consecutivo na comparação mês/mesmo mês no ano anterior. A atividade apresentou o maior crescimento entre os oito setores pesquisados. No fechamento do ano de 2023, o ganho acumulado em relação a 2022 é de 0,4%, o primeiro positivo após três anos com desempenho negativo (-27,0% em 2022, -18,2% em 2021 e -18,8% em 2020).
A atividade de Combustíveis e lubrificantes registrou alta de 10,7% em dezembro de 2023 em relação ao mesmo mês de 2022, segundo resultado positivo em sequência no indicador interanual (12,1% em novembro). O setor fecha 2023 com ganhos acumulados de 6,0%, terceiro ano consecutivo a registrar desempenho positivo em relação ao ano anterior (30,4% em 2022 e 0,2% em 2021).
Já o segmento de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc., apresentou queda de 24,3% nas vendas frente a dezembro de 2022, a nona e mais intensa de 2023. Nesse contexto, o ano acumulou perdas de 7,6%, após ter fechado 2022 com ganhos de 6,9%. A atividade tem sido impactada desde os últimos meses de 2022 pela crise contábil de grandes cadeias de lojas, ocasionando perda de receita e fechamento de estabelecimentos físicos.
Em dezembro de 2023, a atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria recuou 18,4% em volume de vendas, contabilizando dez meses seguidos de quedas. Com isso, o setor voltou a acumular perdas no ano 2023 (-12,2%) após 2022 ter apresentado o maior crescimento anual (26,1%) da série (que se inicia, para esse indicador, em 2005). Vale destacar que o ano de 2022 rompeu uma sequência de 11 anos de perdas, de 2011 a 2021, reverberando a migração do consumo de produtos ofertados por empresas dessa atividade (livros físicos) para outras formas de comercialização (plataformas digitais).
