Operação desarticula quadrilha responsável por morte de estudante na Ilha das Flores, em Porto Alegre

Operação Flor de Lótus mira facção responsável por morte de estudante na Ilha das Flores | Foto: Polícia Civil / CP

A Operação Flor de Lótus, deflagrada nesta terça-feira pela Polícia Civil, resultou na prisão temporária de cinco suspeitos de envolvimento no ataque a tiros que matou a estudante Sarah Silva Domingues, de 28 anos, na Ilha das Flores, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre, no dia 23 de janeiro. Três dos presos são apontados como mandantes do crime e dois são investigados por envolvimento indireto. O atentado também vitimou Valdir dos Santos Pereira, de 53 anos, apontado como alvo dos criminosos. Ao todo, dez pessoas são investigadas.

Os cinco mandados foram cumpridos na Penitenciária Modulada de Charqueadas, no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul e na unidade de saúde prisional do Hospital Vila Nova, na zona Sul da Capital. Segundo a investigação, os suspeitos ocupam posição de liderança em uma facção que atua na Ilha das Flores.

De acordo com o secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, o grupo também será alvo de uma ação contra lavagem de dinheiro. “Além de identificar e responsabilizar todos os envolvidos no crime, também vamos fazer a asfixia financeira deles. Não vamos descansar até que a quadrilha que atua na localidade seja totalmente eliminada”, destacou.

Outros dois mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na residência de dois homens. Eles são apontados como executores do ataque. Foram apreendidos capacetes de moto e as roupas utilizadas na data do crime. Mandados de prisão preventiva da dupla foram enviados à Justiça que, até o momento, ainda não havia autorizado as medidas.

De acordo com a investigação, câmeras de segurança flagraram a dupla guiando uma moto e efetuando disparos, antes de fugir. Dois dias antes do ataque, os suspeitos foram gravados no mesmo local, realizando a averiguação da área.

Na data do crime, vizinhos relatam que disparos foram efetuados, às 19h24min, na Rua do Pescador, onde Valdir tinha um mercado. Ele foi executado dentro do comércio. Sarah foi baleada no peito e no braço, e morreu em frente ao estabelecimento.

Antes do ataque, as vítima, que não se conheciam, conversavam no local. Sarah entrevistava Valdir para uma pesquisa, que seria parte de seu trabalho de conclusão de curso, o TCC. Ao todo, pelo menos 15 tiros de pistola calibre 9 milímetros foram deflagrados.

Sarah participava de movimentos sociais e cursava Arquitetura e Urbanismo, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), desde 2016, além de morar na Casa do Estudante. A universitária teria dito a moradores que estava na região para fazer um trabalho de campo, em razão do temporal. Momentos antes do crime, ela utilizava um crachá do curso e registrava imagens da localidade. Ela não tinha antecedentes criminais.

Valdir tinha passagens por ameaça, apropriação indébita, crimes contra a fauna e porte ilegal de arma de fogo. Apesar dos registros criminais, ele não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo a investigação, o ataque contra ele teria sido motivado por conta de oposições aos desmandos dos traficantes na região.