Embora o mercado já esperasse uma economia norte-americana resiliente no quarto trimestre, com base em números como vendas no varejo e emprego, o avanço anualizado de 3,3% foi uma surpresa positiva, acima do consenso de 2%. “Na verdade, o resultado positivo precisa ser visto da perspectiva de que estamos partindo de uma base forte, no quarto trimestre de 2023, o que torna esta leitura ainda mais sólida”, comenta o Thomas Monteiro, da plataforma Investing.com
Apesar de o PIB ser um indicador atrasado, os números divulgados nesta quinta-feira, diz Monteiro, reforçam a narrativa de um pouso suave, pois não deixam dúvidas de que ainda há uma distância de algo que se assemelhe a uma recessão.
“Além disso, do ponto de vista de mercado, isso basicamente encerra a possibilidade de cortes de taxa de juros em março nos EUA. Não há absolutamente nenhuma necessidade de o Federal Reserve (banco central dos EUA) apressar os cortes de juros agora. Não ficaria surpreso se o mercado começar a questionar a necessidade de cortes de taxa em maio também”, comenta Monteiro.
Na verdade, há uma questão que ainda precisa ser examinada, que é a inflação. Do ponto de vista fundamentalista, esse tipo de crescimento do PIB apresenta riscos sólidos para os consumidores americanos, pois mostram que o dinheiro ainda está fluindo em níveis muito aquecidos em toda a economia”.