O presidente eleito da Argentina Javier Milei enfrentará nesta quarta-feira, 24, a primeira greve geral de seu governo convocada pela maior central sindical da Argentina. A Confederação Geral do Trabalho (CGT) pretende parar o país a partir das 12h (horário de Buenos Aires) contra o Decreto de Necessidade e Urgência, de 366 artigos, editado por Milei logo depois da posse, impõe mudanças significativas na legislação trabalhista, especialmente em relação ao exercício do direito de greve.
“A paralisação irá mostrar que existem duas Argentinas: uma que quer ficar atrasada, no passado, na decadência”, alegou Milei. O primeiro ato da greve geral será uma caminhada até a frente do Congresso Nacional. O governo afirma que descontará o dia parado do salário de funcionários públicos que se juntarem à greve.
“Nenhum sindicato está em posição de ceder nem um centímetro do que foi conquistado”, afirmou Facundo Moyano, vice-secretário-geral da CGT. Há indicações que organizações internacionais marcaram manifestações em apoio aos manifestantes argentinos em Montevidéu, Madrid, Londres, Paris e Berlim.
Esta será a primeira manifestação de grande porte que o presidente Milei enfrenta desde sua posse, em 1º de janeiro. A desvalorização do peso argentino em 50% e a liberação dos preços dos combustíveis, entre outras decisões, reduziram drasticamente o poder aquisitivo de assalariados e aposentados.
VOOS DO BRASIL
A greve geral convocada pela CGT obrigou o cancelamento de voos entre Brasil e Argentina programados para a data. A Latam cancelou 12 voos e alterou um que sairia às 21h20 de quarta-feira de Guarulhos, em São Paulo, para as 22h15. Assim, o voo deverá chegar em Buenos Aires à 1h30 de quinta-feira, quando a greve de 24 horas já deve ter sido encerrada. No caso da Gol, são 22 voos cancelados. A Azul não está operando rotas entre os dois países.