O brasileiro sequestrado no Equador, Thiago Allan Freitas, declarou nesta segunda-feira (15) que a sensação de segurança no país aumentou após a presença do Exército nas ruas. Segundo ele, pequenos grupos de criminosos se aproveitaram do momento de instabilidade no país, criado pela fuga de Adolfo Macías da prisão. Macias é um dos líderes do grupo criminoso Los Choneros. Depois de ter ficado em poder dos bandidos por cerca de um dia, Thiago disse que repensa sua permanência no país e cogita voltar a fixar domicílio no Brasil.
A declaração ocorreu no programa Agora, da Rádio Guaíba. Freitas, que é dono de uma churrascaria em Guayaquil, não acredita que seu caso tenha relação com o crime organizado. “Isso apareceu em todo o país. Pequenos grupos de bandidos e sequestradores, se aproveitaram do momento ruim que o país estava vivendo para roubar, matar e sequestrar. Falavam o nome da quadrilha, que seria a grande responsável, mas não. Graças a Deus não eram desse grupo, porque esse grupo é mais violentos, mais complicado”, relatou.
O sequestro de Thiago ocorreu na terça-feira da semana passada. A libertação ocorreu pela polícia equatoriana na quarta (10), após pagamento de parte do resgate exigido pelos criminosos. Ele revelou que parentes e amigos realizaram um mutirão para ajudar na arrecadação e não soube precisar o montante pago aos delinquentes. “Não sabemos o valor exato que chegou aos sequestradores, o valor que pediram era de 8 mil. Da nossa parte que foi conseguido aqui por todos eles foi de 1.500. Mas como eu tenho muitos contatos, muitos clientes e amigos, eles pegaram o meu telefone e enviaram para todos os meus contatos. Eu não sei quantas pessoas enviaram, ainda não me responderam o valor, nem para qual conta”, disse.
A situação vivida por ele deixa dúvidas quanto a sua permanência no Equador, onde reside há três anos. No momento, Thiago Allan Freitas revela que a preocupação é conseguir dinheiro suficiente para o retorno dos demais integrantes de sua família ao Brasil: “Não tenho nem sequer dinheiro para voltar para o Brasil. Eu tenho aqui meus três filhos que moram comigo, meus filhos sempre moraram comigo. A Laura, 8 anos, o Gustavo tem 17 – o que fez o vídeo pedindo ajuda, que teve milhões de visualizações em muito pouco tempo. E tenho o meu filho do meio, o Eduardo. Na verdade, realmente a gente precisa de ajuda para voltar para o Brasil. Eu ainda preciso resolver muitas coisas aqui, mas meus filhos eu já quero enviar de uma vez para o Brasil”.
Conforme decreto do presidente equatoriano Daniel Noboa, existe um “conflito armado interno” no país. Uma tv chegou a ser invadida durante um programa ao vivo por criminosos, também na terça-feira (10). A escalada de violência esvaziou ruas e deixou 13 mortos no país conforme contabilização feita até o último fim-de-semana. No texto do decreto, o governo qualifica como “terroristas e atores não estatais beligerantes” 22 organizações.