O ano de 2023 foi marcado por uma alta dos preços de aluguel nas principais capitais do país. Mesmo com um ritmo de crescimento no valor menor que o registrado em 2022 em parte das cidades, o que se viu foi recorde atrás de recorde ao longo dos últimos 12 meses. Os dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb revelam que São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasília fecharam 2023 com o maior preço do metro quadrado já visto em toda a série histórica, iniciada em 2019.
Porto Alegre, por exemplo, apresentou a terceira menor variação entre os locais pesquisados. A capital gaúcha tinha um valor médio de R$ 28,22 em 2022 passando para R$ 32,12, uma variação de 13,83% nos imóveis para aluguel na cidade. O resultado ficou acima do resultado aplicado em Brasília (12,24%) São Paulo (9,47%).
A média do metro quadrado na capital gaúcha, no entanto, é de R$ 36,21 nos imóveis de um quarto, caindo para R$ 32,16 no caso dos locais com três quartos. Mont´Serrat é o bairro da capital com o maior valor por metro quadrado de imóveis para locação, chegando a R$ 46,80. Os descontos oferecidos em Porto Alegre chegaram a 3,6% em dezembro, comparado com o mesmo período do ano anterior, o segundo maior entre os locais pesquisados e o mesmo que oferecido em dezembro de 2022.
“A alta taxa de juros, que perdurou até agosto acima da casa dos 13%, fez com que muitas pessoas deixassem o sonho da casa própria de lado. Isso aqueceu ainda mais a demanda pelo aluguel e puxou os preços para cima. Com isso, os descontos também caíram”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
BAIXOS DESCONTOS
Todas as cidades fecharam o ano com percentuais mais baixos quando analisada a diferença entre o valor dos contratos e o dos anúncios. “Esse é mais um termômetro do aquecimento do mercado”, indica o especialista. Os descontos médios variaram de 2,1% (em Brasília) a 3,7% (em São Paulo). Como base de comparação, em dezembro de 2022 o menor percentual foi 2,8%.
“Apesar da notícia não tão boa para os inquilinos, ainda existe margem para negociação. Por isso é muito importante se preparar e ter elementos para barganhar o melhor preço. Ou seja, pesquisar bem, apurar o valor cobrado em imóveis vizinhos ou no mesmo condomínio. Fazer o dever de casa para que o valor caiba no bolso.”
Conforme Reis, a nova dinâmica de trabalho, com os modelos remoto e híbrido ainda muito presentes, fez com que a valorização de apartamentos maiores ganhasse destaque. Se antes os imóveis de 1 dormitório eram muito mais procurados, por conta da facilidade de acesso aos grandes centros logo após a pandemia, essa realidade tem se alterado. Muitas pessoas foram atrás de espaço novamente. Em Porto Alegre, os imóveis de três quartos tiveram uma variação no preço maior que os de apenas um dormitório”, afirma o gerente de Dados.