Nos finais de semana a movimentação de estrangeiros na Ponte Internacional que une Uruguaiana a Paso de Los Libres – Argentina, ganha maior volume de turistas buscando o litoral gaúcho e catarinense. Conforme o setor de migração da Polícia Federal (PF) os números de dezembro de 2023 foram consolidados.
No ano passado ingressaram pela travessia entre as duas cidades vizinhas 34.765 viajantes enquanto em 2022 houve 39.556 acessos ao país rumo as praias. Uma redução de 12,12% de um ano para o outro. Já as saídas, em dezembro de 2022 foram de 20.795 turistas contra 22.376 em 2023. Um aumento de retornos de 7,6% o que indica uma menor permanência no Brasil.
O levantamento da primeira semana de 2024 houve a migração de 29.246 turistas, uma média de 4178 ingressos/dia, sendo 91,52% % de argentinos, seguidos por 6,37% de brasileiros residentes na argentina que optam veranear no seu país de origem, uruguaios, chilenos, paraguaios, venezuelanos, peruanos, boliviano e italianos.
Na projeção, os números de janeiro poderão representar 129.518 entradas, quando em 2023 o total alcançou 207.571. Um recuo estimado de 78.053 turistas ou 37,6% inferior se comparado com igual período do ano anterior, obedecendo o primeiro recorte elaborado pela migração da PF. A estatística reflete-se nas redes de hotéis e restaurantes da cidade.
O casal Silvana e Nestor Moretti, moveleiro da cidade de Santa Fé, a filha Pierina, de 22 anos, e o genro Gonzalo de 27, pretendem passar 15 dias no Brasil, sendo 2 dias em Mariscal e o restante em Itapema (SC). De acordo com Moretti, é a terceira vez que veraneia no país.
Avaliando os novos tempos acredita que afetaram a economia e o moral do povo “hermano”, mas eles superaram a crise e pretendem gastar U$ 3 mil, o equivalente a R$ 14,6 mil, durante a estada nas praias.
Já Carina e Marcelo Rodriguez, comerciantes, de Rosário, com o filho Adriel, a nora Vanessa e o enteado Ezequiel, planejam gastar em média U$ 2,6 mil o que representa R$ 12,7 mil. Eles dizem conhecer os atalhos do turismo no Brasil visto ser a 10ª vez que fazem férias no litoral catarinense, na praia de Bombas. Marcelo classifica o ano de 2023 complicado em seu país e que reduziram a permanência em pelo menos quatro dias dos usuais 15, devido à crise econômica.
“A viagem somente foi possível por termos compartilhado entre todos as despesas com hospedagem, alimentação e uma ou outra lembrancinha. O vilão é o peso desvalorizado em relação, principalmente, as moedas do Mercosul”, conclui.