O antigo estádio do Grêmio que já foi palco de muitas vitórias, hoje é sinônimo de tristeza. Fechado há dez anos, o espaço está praticamente abandonado no bairro Azenha, na zona Sul de Porto Alegre. O Olímpico foi objeto de uma negociação que envolveu a empresa OAS e o Clube, para a construção da Arena. Por problemas relacionados a valores, até o momento não foi tomada uma decisão e nem um acordo foi firmado.
Conforme o Procurador-Geral Adjunto de Domínio Público, Urbanismo e Meio-Ambiente de Porto Alegre, Nelson Marisco, até o momento não existe nada definido. “Esse impasse é fruto de uma negociação que envolveu a empresa OAS e o Grêmio para a construção da arena. por problemas que envolvem valores altos, a situação segue a mesma. As obras no entorno da Arena também não foram feitas, inclusive elas deveriam ter sido executadas pela empresa OAS e pelas mesmas empresas que construíram torres residenciais no local”, cita.
A decisão da troca de um local para outro aconteceu quando o país se preparava para receber a Copa do Mundo de 2014. Na época, o presidente do clube, Paulo Odone, entendeu que o antigo estádio não tinha condições de passar por uma reforma, e os dirigentes definiram pela construção da nova arena, que foi inaugurada em dezembro de 2012. O estádio Olímpico na época foi avaliado em R$50 milhões de reais.
A proposta da construtora OAS foi escolhida e junto com a obra do estádio, seriam feitas melhorias no entorno da nova arena. Em troca, o clube entregaria a área do Olímpico como pagamento. Como a primeira parte do acordo não aconteceu, o clube também não entregou o antigo estádio. “A negociação existe já faz algum tempo. Também há o interesse das empresas que são proprietárias das torres no entorno da arena de implementar essa negociação com o próprio clube e que envolveria a arena do Grêmio”, destaca.
No ano passado, o prefeito Sebastião Melo entregou na Câmara de Vereadores um projeto de lei, propondo o prazo de um ano para aprovação de um cronograma de execução de medidas compensatórias. Enquanto isso, a OAS que fez parte do consórcio de construção da Arena, permanece com seus direitos, mas não começou as obras de melhorias no entorno do local.
Ainda de acordo com Nelson Marisco, a decisão só não foi tomada devido aos altos valores envolvidos. “O Olímpico está sendo utilizado como pagamento pelo Grêmio para a OAS. Em razão de valores eles não fecharam acordo até hoje. Daqui uns anos, o clube ser proprietário da Arena independente do pagamento que ele vai fazendo mensalmente para a administradora do estádio”, afirma.
O 1° batalhão da Brigada Militar, que é responsável pela área do estádio Olímpico, afirmou por meio de nota que mesmo com o abandono do local, não há registros frequentes de furtos e roubos na região.
Leia na íntegra a nota enviada pela assessoria de comunicação do Grêmio sobre o assunto:
“O Grêmio trabalhou ao longo do ano, junto às partes envolvidas no imbróglio, para que se dê fim a esse impasse. Porém, cabe salientar que embora sejamos os maiores interessados em resolver esse problema e efetuar logo a troca das chaves com a construtora. infelizmente não é uma definição que dependa exclusivamente da instituição. Estamos plenamente cientes de como isso vem afetando a região, os moradores e o comércio local”.