Vendas no comércio têm queda de 0,3% em outubro, diz IBGE

No Rio Grande do Sul, ao contrário, o indicador foi de alta de 0,2%

Crédito: Alexandre Barros/Divulgação

As vendas no comércio varejista no país variaram -0,3% em outubro, após crescer 0,5% no mês anterior. O setor acumula alta de 1,6% no ano e de 1,5% em 12 meses. Nesse cenário, o varejo opera 4,4% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do maior nível da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), atingido em outubro do mesmo ano. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Rio Grande do Sul o desempenho do setor é de alta de 0,2%, próximo a estabilidade, mas vindo de um recuo de 2,7% em setembro.

“As variações estão muito próximas a zero desde fevereiro, ficando na leitura da estabilidade em todos os meses exceto março (0,7%), maio (-0,6%) e julho (0,7%). Isso mostra um retorno ao comportamento anterior a 2020, após as variações mais acentuadas que observamos no período de pandemia, com números ainda mais tímidos do que o padrão pré-Covid. Mas, num cenário de médio prazo, a perspectiva está positiva, com crescimento nos acumulados do ano e em 12 meses”, analisa o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O gerente destacou ainda o predomínio de taxas negativas entre as atividades, com 5 dos outros setores pesquisados no campo negativo: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%), Combustíveis e lubrificantes (-0,7%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,1%). Já no campo positivo, ficaram Livros, jornais, revistas e papelaria (2,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%).

DESTAQUE

Em relação às atividades, Santos destacou ainda o comportamento da atividade de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%), que interrompeu quatro meses no campo positivo. Já sobre a queda de 5,7% em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, o gerente atribui em parte a trajetória do dólar, em alta a partir de setembro.

Outro destaque foi a atividade de Combustíveis e lubrificantes (-0,7%): a atividade vinha apresentando ganho de receita, mas com ganho real reduzido devido aos efeitos da inflação. Já em outubro, a atividade teve queda mais intensa na receita (-1,6%) do que em volume (-0,7%). Vale lembrar que a trajetória de crescimento da atividade no indicador de volume no segundo semestre de 2022 foi atrelada à política de redução de preços da gasolina, iniciada em julho de 2022, elevando a base de comparação.

Em relação ao varejo ampliado, o volume de vendas variou -0,4% entre setembro e outubro. “Tanto a atividade de Veículos, motos, partes e peças (0,3%) como a de Material de construção (2,8%) ficaram no campo positivo em relação a outubro. Porém, a atividade de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, que ainda não tem essa abertura divulgada na pesquisa, influenciou negativamente o índice geral”, analisou o gerente.

RESULTADO POSITIVO

O volume de vendas do varejo brasileiro variou 0,2% frente a outubro de 2022, quinto resultado positivo consecutivo nessa comparação. Seis das oito atividades pesquisadas mostraram resultados negativos: Combustíveis e lubrificantes (-9,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-6,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-4,8%), Tecidos, vestuário e calçados (-3,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,4%). 

Por outro lado, duas atividades apresentaram crescimento: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (9,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,9%). Incluindo as atividades do varejo ampliado (2,5%), Veículos e motos, partes e peças teve resultado de 10,5%, Material de construção cresceu 6,4% e Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo teve alta de 8,8% em relação a outubro de 2022.