O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta quinta-feira,7, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), cresceu na abertura do quarto trimestre, 1,4%, na passagem de setembro para outubro. A taxa ainda é insuficiente para recuperar a queda do mês anterior, de 1,8% na comparação com agosto, porém, a evolução do índice já mostra uma mudança na tendência, de bastante negativa entre setembro de 2022 e julho de 2023, para uma estabilidade nos últimos meses. A atividade da indústria gaúcha como um todo está, atualmente, 4,3% acima em relação ao período anterior ao da pandemia – fevereiro de 2020.
Os componentes do índice registraram desempenhos distintos em outubro. As compras industriais cresceram 7,7% em relação a setembro, exercendo a maior influência positiva na formação do resultado do IDI-RS no mês. O faturamento real também avançou (1%) assim como a massa salarial real (0,7%). As horas trabalhadas na produção (+0,1%) e o emprego (-0,1%) ficaram praticamente estáveis e a utilização da capacidade instalada-UCI caiu 0,7 ponto percentual, de 78,4% para 77,7%.
As comparações anuais, entretanto, continuam marcadamente negativas para a indústria gaúcha. Em relação a outubro do ano passado, o IDI-RS caiu 4,8%. Foi a 10ª taxa negativa consecutiva, acumulando redução de 4,9% entre janeiro e outubro de 2023 sobre o mesmo período do ano passado. A queda do indicador de atividade industrial no acumulado do ano até outubro reflete principalmente as compras industriais (-13,7%), o faturamento real (-5,4%), a UCI (-3,5 pontos percentuais) e as horas trabalhadas na produção (-2,9%). A redução no emprego foi menor, e alcançou 0,5%. A massa salarial real, apesar da elevação de 3,8% em outubro, segue em desaceleração, pois o seu ritmo de crescimento vem caindo.
SETORES
Na análise por setores, 2023 também é de perdas disseminadas, com recuos da atividade industrial em 11 dos 16 pesquisados. As maiores influências estão no segmento metalmecânico: Veículos automotores caíram 6,6%, Máquinas e equipamentos, 5,8%, e Produtos de metal, 8,2%. Móveis registrou o crescimento mais importante, de 4,4%.
Segundo análise da FIERGS, o IDI-RS de outubro reforça a trajetória inconstante da atividade industrial gaúcha, mas já mostra alguma estabilidade, interrompendo a longa tendência declinante iniciada em setembro de 2022. Porém, ainda não há sinais de que o setor possa recuperar as perdas no curto prazo, pois o cenário econômico pouco se alterou. A incerteza elevada e os juros, apesar do ciclo de redução em curso, afetam principalmente os investimentos, e fenômenos climáticos que atingiram o Estado são fatores adicionais a explicar o ritmo intenso da queda. De uma forma geral, a opinião dos empresários gaúchos não sugere reversão do cenário nos próximos meses, devido ao acúmulo de estoques, pessimismo com a economia brasileira e perspectivas negativas para a demanda (inclusive exportações) e para o emprego.