O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou estagnação (0,0%) no terceiro trimestre de 2023 te o segundo trimestre deste ano, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). Em relação ao terceiro trimestre de 2022, houve crescimento de 1,8% no PIB do terceiro trimestre de 2023. Já no mês de setembro, a atividade econômica encolheu 0,6% ante agosto. Na comparação com setembro de 2022, houve expansão de 0,8% em setembro de 2023.
Segundo Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB, a estagnação no terceiro trimestre, em comparação ao segundo, reflete a fragilidade de sustentação de crescimento da economia brasileira. “A desaceleração da agropecuária e do setor de serviços explica a estagnação da economia pela ótica da oferta. Pela ótica da demanda, destaca-se a desaceleração do consumo das famílias e a queda da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF)”, explica.
Ela destaca que, embora tenha crescido em menor ritmo, o consumo das famílias apresentou pela nona vez variação positiva com o resultado do terceiro trimestre, demonstrando grande resiliência deste componente apesar do ambiente de juros elevados e do alto grau de endividamento das famílias. “Já o indicador de formação bruta encolheu no terceiro trimestre, principalmente devido ao desempenho negativo do segmento de máquinas e equipamentos”, afirma.
CONSUMO
No mesmo relatório, a FGV aponta que o consumo das famílias cresceu 2,5% no terceiro trimestre ante o mesmo trimestre do ano passado. A desaceleração no ritmo de crescimento do consumo em 2023 em relação ao visto em 2022 “deve-se à menor contribuição do segmento de serviços”. “Embora esta contribuição ainda seja positiva, ela é significativamente menor do que foi em 2022, onde ainda havia um ambiente de normalização dos serviços, em decorrência da pandemia, e do forte estímulo fiscal”, justificou a FGV.
Desde meados de 2022, o consumo de produtos não duráveis tem contribuído de forma mais evidente para o total do consumo das famílias. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma retração de 5,3% no terceiro trimestre de 2023 ante o terceiro trimestre de 2022.
“Esta queda deve-se, quase que exclusivamente, ao segmento de máquinas e equipamentos, embora o segmento da construção também tenha retraído. O forte recuo do segmento de máquinas e equipamentos é de certa forma generalizado, com destaque para o segmento de caminhões e ônibus”, informou a nota do Monitor do PIB.
A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 10,6% no terceiro trimestre de 2023, e a importação encolheu 7,0%. No caso das importações, a queda foi explicada pela menor entrada no País de bens intermediários importados. Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 8,047 trilhões no acumulado de janeiro a setembro, em valores correntes. A taxa de investimento da economia foi de 16,9% no terceiro trimestre.