Desde a temporada 2017/2018, quando jogava pelo Barcelona, Suárez não marcava tantos gols. Os 554 até agora na carreira têm farta distribuição por onde passou, mas o desempenho na Arena chama atenção. Restando quatro jogos por disputar pelo Grêmio em 2023, soma 26 tentos, número maior do que nas temporadas recentes por Nacional, Atlético de Madrid e até as duas últimas pelo clube catalão onde formara o trio MSN com Messi e Neymar.
Chegar aos três dígitos na carreira é uma marca que outros atacantes com passagem recentes pela Arena e Olímpico também conseguiram. No caso do uruguaio, no entanto, é o conjunto da obra até aqui que se destaca. “Suárez é o mais completo que um centroavante pode ser. Tem frieza, finaliza bem, é cerebral, bate faltas, é líder e decisivo. Faz gols dentro e fora da área, de direita ou de esquerda, de bico, de trivela ou de chapa. Mesmo aos 36 anos, é craque. Não há ninguém melhor que o uruguaio jogando na América do Sul”, opina Cristiano Oliveira, comentarista da Rádio Guaíba.
Folclore em parte da torcida do Grêmio, jogador de língua espanhola goza de maior prestígio nas arquibancadas. Os números do quadro acima, em tese, ajudam a sustentar o apreço. Herrera, por exemplo, tem o mesmo saldo de Suárez, mas em duas temporadas. Maxi López é o único, assim como o Pistoleiro, a ter atuado por apenas um ano. Barcos foi quem mais marcou, mas não foi campeão, caso de Barrios, também goleador por onde passou. Jogadores com cartaz nem parecido com Suárez superaram com folga a marca dos 100 gols na carreira.
Jonas encostou nos 300 gols como profissional, mas no Grêmio dos últimos tempos ninguém superou os 87 gols de Diego Souza, que marcou em épocas diferentes como volante, meia e, por último, como centroavante. Curiosamente dois jovens da base balançaram muitas redes adversários vestindo a camisa tricolor, mas não chegaram aos três dígitos. São os casos de Everton Cebolinha e Luan.
“O gol é o orgasmo do futebol. E, como o orgasmo, o gol é cada vez menos frequente na vida moderna”. Uma das frases simbólicas do escritor uruguaio Eduardo Galeano, apaixonado por futebol, não se aplica ao momento do compatriota que hoje voltará a vestir a camisa que mais gosta: a azul da Celeste Olímpica, onde é o máximo goleador da história com 68 gols. Suárez, prestes a completar 37 anos, segue escrevendo sua história forjada a estufar as redes.