A administração do Presídio Regional de Santa Maria confirmou que Leandro Boldrini cumpre pena na unidade. O médico, condenado a 31 anos e oito meses de prisão pela morte do filho Bernardo, de 11 anos, está no estabelecimento desde a última terça-feira, após a decisão da 3ª Câmara Criminal que determinou a retirada da tornozeleira eletrônica e o recolhimento dele. Ainda de acordo com os funcionários, mesmo preso, Leandro já saiu para fazer uma consulta médica e para renovar a CNH.
A volta de Leandro para o sistema penitenciário acolhe um pedido do Ministério Público (MPRS). Antes disso, em julho, Leandro obteve progressão ao semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica. A medida foi adotada por conta da falta de vagas em presídios da região Metropolitana. Outra solicitação do MP, essa pedindo que a progressão de Leandro ao semiaberto seja revogada, não foi acolhida pela Justiça, no entanto.
Leandro está no município desde o início de setembro, quando o processo à Vara de Execução Criminal Regional de Santa Maria. Antes da decisão favorável ao pedido do MP, ele cumpria pena com tornozeleira, residindo na mesma cidade onde estão enterrados Bernardo Uglione Boldrini e a mãe dele, Odilaine Uglione.
Conforme os funcionários do Presídio Regional, apesar da progressão para o semiaberto, Leandro não tem permissão para sair da unidade. O benefício só será concedido quando ele possuir uma carta de trabalho assinada. No entanto, desde a última semana, a instituição confirmou que Boldrini recebeu pelo menos duas autorizações da justiça, sendo uma para consulta médica e a outra para renovar a CNH, em um Centro de Formação de Condutores (CFC) na região Central do município.
Relembre o caso
Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, em março de 2014. Ele teve o corpo encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha de Frederico Westphalen.
No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, a Polícia prendeu Evandro Wirganovicz, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino teve o corpo enterrado.
Em março deste ano, Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.
Preso desde 2014, ele atingiu o requisito de tempo previsto para passar do regime fechado para o semiaberto. Ele cumpriu dois quintos da pena, por isso, alcançou o direito à progressão, já que trabalhou desde o início. Boldrini atuava na cozinha do presídio em que estava.