Enviado especial do Grupo Record ao Oriente Médio, o repórter André Azeredo encerrou sua cobertura do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que governa a Faixa de Gaza. Após o ataque do Hamas ao território israelense, no dia 7 de outubro, Azeredo relatou ao programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, situações que vivenciou desde sua presença no Oriente Médio, que se iniciou no dia 10 do mês passado.
Na visão do jornalista, a estratégia do Hamas de invadir o território vizinho foi inédita, o que surpreendeu Israel. Azeredo classificou como ‘brutal’ a investida que originou a guerra. “Foi um ataque brutal, um ataque cheio, quando cerca de 3 mil integrantes do Hamas surpreendentemente entraram no território israelense usando paraglider, usando paraquedas, cortando a cerca que divide Gaza de Israel, ou seja, algo que nunca sido feito pelo Hamas. Normalmente este conflito é pautado por lançamentos de foguetes por parte da Faixa de Gaza para Israel e uma resposta com artilharia aérea de Israel para Gaza. O último grande conflito foi em 2016, mas mesmo assim era uma batalha aérea, dessa vez entraram terroristas do Hamas dentro do território israelense e começaram uma chacina bárbara”, relatou.
Azeredo postou em seu canal no Instagram e em suas redes sociais diversos depoimentos sobre o conflito. Após vivenciar os fatos in loco, ele relatou que Israel considera uma ‘questão de sobrevivência’ a resposta ao ataque sofrido em seu território. “O conceito geral em Israel é que [a resposta] é uma questão de sobrevivência porque nunca tinha acontecido um ataque tão brutal dentro do território israelense, nunca tinha tido tanto israelense morto numa só vez por um mesmo grupo, segundo eles, desde o holocausto promovido pelos nazistas. Então, segundo os israelenses, segundo o governo, a resposta dura é uma questão necessária até para desencorajar outros grupos fundamentalistas que ficam nos países vizinhos”, avaliou.
Questionado sobre como Israel julga o posicionamento brasileiro de não classificar o Hamas como grupo terrorista, Azeredo relata que os israelenses vinculam as declarações do presidente Lula a questões políticas. “Eles lamentam que o governo brasileiro não tenha essa definição como terrorista do grupo Hamas. Algumas autoridades israelenses entendem que isso está muito relacionado a uma pauta progressista, de como é um grupo oprimido dentro de um contexto histórico, não pura e simplesmente oprimido segundo Israel, eles entendem que isso também é uma questão de bandeira política. Como você vai ser contra Israel quando você é contrário ao conceito e a ligação do Estado de Israel com os americanos, dos Estados americanos, eles entendem que isso é um movimento um pouco natural, especialmente da esquerda progressista latino-americana e europeia”, concluiu.
André Azeredo já está no Brasil e atendeu a Rádio Guaíba, diretamente do aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília. A cobertura da Record TV, no Oriente Médio, segue com Denise Odorisse e Roberto Cabrini.