O Governo Federal prorrogou na última segunda-feira (6), o estado de emergência zoossanitária, em função da Gripe Aviária. Após a medida, prefeitos e secretários municipais do Litoral gaúcho estiveram reunidos com o vice-governador, Gabriel Souza, para debater o problema e receber orientações. Autoridades de Torres, Tramandaí e Balneário Pinhal garantiram que as cidades estão em alerta e tomando as atitudes necessárias para evitar uma pandemia nas praias durante o verão.
Conforme o secretário de Saúde de Balneário Pinhal, Cláudio Paranhos, no encontro com o vice-governador foram repassados aos municípios tarefas para o enfrentamento da questão. “O que o Estado ressaltou é que a Inspetoria Veterinária do Litoral, através da Secretaria de Agricultura e Pecuária, já disponibilizou EPIs e os materiais necessários para que se faça a coleta das carcaças que eventualmente surgirem. Os municípios ficam responsáveis por fazer o patrulhamento das áreas de praia e, dentro das suas possibilidades, com um maquinário retirar as carcaças da beira da praia, ou seja, onde o solo, digamos assim, é mais vulnerável a questões de contaminação”, disse.
Luiz Carlos Gauto, prefeito de Tramandaí, disse que a situação inspira atenção por parte do poder público. Segundo ele, o momento é preocupante. ‘”Nós, na verdade, estamos realmente preocupados porque está chegando o momento da alta temporada onde os municípios do Litoral Norte recebem milhares de pessoas. Isso preocupa muito porque já estamos enfrentando essa situação com vários animais que são encontrados à beira-mar e que necessitam também a gente faça os procedimentos de destinação desses animais marinhos. Então é muito preocupante, esperamos que a gente possa chegar na alta temporada e que não tenhamos mais essa situação evidenciada na nossa costa litorânea”, declarou.
Por outro lado, o prefeito de Torres, Carlos Souza, percebeu uma diminuição nas ocorrências relacionadas á influenza aviária. Segundo ele, a prefeitura está agindo conforme as orientações repassadas pelo Estado. “Torres, como todo Litoral, tem se organizado com orientação da Secretaria de Agricultura, com os protocolos estabelecidos e todas as providências. Uma vez que algum animal tenha encalhado na praia, é feito isolamento, enfim, todos os cuidados possíveis. Então nós estamos trabalhando em cima das orientações em conjunto com o Governo do Estado, Secretaria de Meio Ambiente do município e as demais secretarias aqui que possam estar dando atenção especial a essa questão”, revelou.
De acordo com o Governo, o Rio Grande do Sul atualmente apresenta quatro focos de influenza em aberto. Foram registradas ocorrências nos municípios de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Torres (em mamíferos aquáticos) e em São José do Norte (em ave silvestre). Outro foco foi detectado, em maio, na Reserva do Taim, também em aves silvestres, o qual foi encerrado após as análises das coletas de evidências epidemiológicas terem sido negativas.
Ações multidisciplinares vem sendo coordenadas pelas secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Saúde (SES) e de Comunicação (Secom) para organizar as estratégias de vigilância da gripe aviária no Litoral, devido à maior concentração de casos.
Seres humanos precisam de atenção redobrada com pets na beira da praia
Em entrevista ao Bom Dia, da Rádio Guaíba, no dia 26 de outubro, o diretor adjunto do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Marcelo Vallandro, reforçou o apelo para que a população não deixe seus pets se aproximarem da carcaça de animais mortos na beira da praia. “A gente está as vésperas de um feriado importante, onde as pessoas tendem a ir para o litoral. Temos pedido que as pessoas não tentem ajudar e não se aproximem em qualquer situação destes animais silvestres. As pessoas precisam tomar cuidado com os seus pets, que muitas vezes são levados para a beira da praia, e muitas vezes deixam os animais soltos e eles podem se aproximar podendo se expor ao vírus trazendo para dentro de casa a doença”, apelou.
Para Vallandro a pandemia da Covid-19 deixou muitos aprendizados, como por exemplo o distanciamento. Segundo o diretor adjunto do Cevs, não se aproximar de animais mortos ou doentes na beira da praia aumenta a proteção dos seres humanos. “Ele é um vírus influenza, é um vírus de gripe. Então, secreções aerossóis podem transmitir a doença. Por ser uma doença mais específica das aves, e que agora também tem acometido esses mamíferos marinhos, com o potencial de transição a seres humanos, a gente tem dito que não se aproximar nos dá aquela garantia do distanciamento. Não se aproximar é muito, muito importante”, detalhou.
A vacina contra o vírus Influenza que está disponível em toda rede de saúde pública do SUS pode ajudar a prevenir contra a gripe aviária, é o que afirma Marcelo Vallandro. “A vacinação da influenza é muito importante, sim, ela ajuda o nosso sistema imunológico e tem uma certa proteção cruzada, ela não é uma vacina específica contra gripe aviária, mas sim, a gente recomenda, principalmente aqueles grupos prioritários no qual a vacina é indicada. Ter a vacinação contra a Influenza em dia é um auxílio, para nos defender de outros vírus da Influenza”, detalhou.
