Fechamento de leitos pode fazer Pelotas deixar de ser referência para outros municípios

Sem recursos, quatro hospitais filantrópicos podem fechar 34 leitos de clínica geral e 30 de UTI do sistema Único de Saúde (SUS)

Foto: PSDBRS / Reprodução

A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, revelou que, nas próximas semanas, representantes de municípios da região Sul devem se reunir com o Ministério da Saúde, em Brasília. O objetivo é reivindicar recursos para evitar o fechamento de 34 leitos de clínica geral e 30 de UTI do sistema Único de Saúde (SUS) dos quatro hospitais filantrópicos da cidade (Beneficência Portuguesa, Santa Casa, São Francisco de Paula e Espirita).

Nesta semana, as direções das quatro instituições acabaram aceitando o pedido do Executivo municipal, para o adiamento da desativação, inicialmente prevista para o início de novembro. O prejuízo dos hospitais está próximo aos R$ 4 milhões mensais. Segundo a prefeita, o município não tem mais caixa para auxiliar as instituições.

Paula alega que os fechamentos podem impactar em acúmulo de pacientes no Hospital de Pronto Socorro do município. “Quando a gente pensa em 30 leitos a menos num universo total pode parecer pouco, mas se a gente considera a demanda diária do Pronto Socorro aí a gente vê quanto isso vai ser um problema, porque são mais 30 pacientes que vão estar lá. E na maioria dos dias a gente já tem pacientes esperando em maca”, explicou.

Ainda segundo a prefeita, a consequência das interdições dos leitos também poderá resultar na diminuição dos pacientes que vem de outros municípios. As unidades de internação atendem serviços especializados como UTI ‘s, cardiologia, oncologia, maternidade e saúde mental.

“Nós estamos lutando de todas as formas. O fechamento dos leitos clínicos vai nos obrigar a ter um controle ainda mais rígido dos pacientes que chegam de fora porque muitos pudessem ficar nos municípios de origem, que tem casos menos graves. Então vamos ter que começar a fazer uma seleção para contemplar os pacientes mais graves”, revelou.

Durante a caravana do governo federal, realizada em outubro em Porto Alegre, prefeitos das 22 cidades que integram a Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) apresentaram ao ministro das comunicações do governo federal, Paulo Pimenta, um pedido para interceder junto ao Ministério da Saúde. A ideia é solicitar um plano do Governo Federal para ajudar no enfrentamento da crise dos hospitais.