Conheça a primeira mulher eleita Enóloga do Ano pela Associação Brasileira de Enologia

A gaúcha Vanessa Stefani recebeu o título entre os 333 enólogos concorrentes

Foto: Arquivo pessoal / Divulgação

Pela primeira vez uma mulher recebe o título de Enóloga do Ano, pela Associação Brasileira de Enologia (ABE). Depois de 19 homens terem sido agraciados com a homenagem, no concurso criado em 2004, na edição deste ano, Vanessa Stefani entrou para o hall dos vencedores. O evento aconteceu no dia 20 de outubro, em Bento Gonçalves, durante um jantar que comemorava não só o título, mas também o Dia do Enólogo (22/10) e os 47 anos da Associação.

Atualmente, a ABE tem 333 enólogos associados em todo o Brasil, destes, 70 são mulheres, o que representa 21% dos profissionais. Para participar do prêmio é preciso ser associado da ABE, e a votação é feita em três etapas, na primeira todos associados votam livremente, avaliando critérios como a formação do profissional, trabalho na Enologia, experiência e estar exercendo a atividade. Na segunda etapa os três nomes mais votados vão para análise de currículo e na última etapa, o comitê, que conta com todos os vencedores anteriores, elegem o novo vencedor.

Vanessa Stefani é formada Enologia pelo Curso Superior de Tecnologia em Viticultura e Enologia, no Centro Federal de Educação Tecnológica em Bento Gonçalves e é mestranda em Viticultura e Enologia pela mesma instituição. Também é Diretora Cultural da ABE, jurada em concurso de vinhos no Brasil e exterior e foi degustadora de seleção da Avaliação Nacional de Vinhos por 13 edições. No currículo tem passagens pela Vinícola Perini e Bacardi Martini no Brasil, e atualmente trabalha na Vinícola Geisse, em Pinto Bandeira, desde 2008.

“Meu trabalho envolve desde o cultivo, todo cuidado e manejo da uva até a elaboração na vinícola. Eu sempre fui da parte da elaboração, ou seja, desde que a uva chega na vinícola eu acompanho todas as etapas, além do controle de qualidade e degustação”, explica Vanessa.

Mesmo com o envolvimento de 21 anos na área, Vanessa se mostrou surpresa com a honraria já que escolheu a profissão sem nunca ter vivenciado, e no início não tinha certeza se era o caminho que gostaria de seguir.

“Na família não tínhamos história no cultivo de uvas e vinhos e eu fui me encontrando aos poucos. Tive boas oportunidades e fui aproveitando, mas sinceramente, nunca imaginei que receberia este prêmio. Fiquei muito grata aos colegas, só tenho a agradecer pelas oportunidades”.

Questionada sobre o trabalho da mulher na Enologia, Vanessa conta que a atuação feminina já existe há tempos.

” Eu acredito que alguns homens já haviam se destacado por estarem mais envolvidos com algumas atividades e acabaram sendo premiados antes, mas sempre existiram mulheres, porém em minoria. A gente vem mudando o cenário, com o crescimento do setor e com novos campos de atuação. Acho que logo logo, teremos mais mulheres e mais entusiasmadas agora”.