Desde os primeiros meses de 2023, as quantidades físicas de importações de produtos químicos têm aumentado consistentemente, superiores a 5 milhões de toneladas nos últimos três meses. A balança comercial de produtos químicos, entre janeiro e setembro de 2023, apontou um déficit de US$ 35,8 bilhões, acima de todos os anos anteriores, exceto aos recordes de US$ 64 bilhões em 2022 e de US$ 46,2 bilhões em 2021. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostrando o resultado da diferença entre as importações de US$ 46,7 bilhões e das exportações de US$ 10,9 bilhões. Para o consolidado deste ano, a entidade prevê que este déficit aumente para até US$ 48 bilhões.
No acumulado do ano, até setembro, foram registrados aumentos nos volumes de importações de plastificantes (76,6%), de resinas termoplásticas (18%), de produtos petroquímicos básicos (12,3%), de intermediários químicos para detergentes (6,7%), entre outros produtos químicos diversos para uso industrial (14,4%), “realizadas a preços predatórios e que estão desequilibrando o mercado interno (patamar mais baixo em produção e vendas dos últimos 17 anos, a um nível médio de ociosidade de quase 35% no uso da capacidade instalada no País”, diz a Abiquim.
As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, têm permanecido estáveis, em níveis mensais bastante inferiores ao das importações, com vendas médias de US$ 1,3 bilhão, relativas às expedições de 1,2 milhão de toneladas aos países de destino das mercadorias nacionais, resultado que vem seguidamente se agravando no contexto das dificuldades econômicas cambiais da Argentina, individualmente principal mercado de destino dos produtos químicos brasileiros.