O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma queixa-crime contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ação, Bolsonaro questiona uma fala em que Lula o associou a uma mansão do irmão do tenente-coronel do Exército Mauro Cid nos Estados Unidos. Em maio deste ano, durante o evento de assinatura da Lei Paulo Gustavo, em Salvador, Lula deu a entender – conforme a defesa de Bolsonaro – que o imóvel da família do ex-ajudante de ordens pertence ao próprio ex-presidente.
“Agora mesmo acabaram de descobrir uma casa de US$ 8 milhões do ajudante de ordens do Bolsonaro. Certamente uma casa de US$ 8 milhões não é para o ajudante de ordens, certamente é para o paladino da discórdia, da ignorância, do negacionismo”, disse o presidente. No documento, a defesa de Bolsonaro disse que Lula não citou o nome do ex-presidente para evitar ser responsabilizado judicialmente, mas que ficou claro o ataque à honra de Bolsonaro.
“Apesar da maliciosa cautela de Lula em não mencionar expressamente o nome do autor [Bolsonaro], muito provavelmente a fim de evitar qualquer responsabilização jurídica, seja ela cível ou criminal, é inegável que a intenção por trás da fala do ora presidente da República era atingir pessoalmente o querelante [Bolsonaro] e sua honra, como vem fazendo desde que assumiu seu mandato”, dizem os advogados do ex-presidente.
Eles dizem ainda que não há e “nunca houve” nenhuma relação de Bolsonaro com o imóvel em questão. “A fantasiosa hipótese que Lula pretendeu sugerir aos ali presentes e à sociedade brasileira em geral — haja vista se tratar de evento televisionado e imagens amplamente repercutidas e compartilhadas nas redes sociais — é absolutamente inverídica, retratando, assim, vil rumor, com o único objetivo de atingir a honra e a imagem”.
O R7 tenta contato com a Advocacia-Geral da União (AGU).