Ao atingir 48,5 pontos e permanecer estável no mês de outubro, comparado com 48,4 em setembro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) mostra a indústria do Rio Grande do Sul pessimista pelo 12º mês consecutivo. Este período só é menor do que os 27 meses registrados entre abril de 2014 e junho de 2016, a mais longa crise que o setor já enfrentou. A pesquisa foi realizada com 197 empresas, sendo 43 pequenas, 69 médias e 85 grandes, entre 2 e 13 de outubro.
“A demanda interna continua fraca, principalmente nos investimentos, isso mantém a confiança dos empresários gaúchos muito baixa no início do último trimestre, e a trajetória declinante da atividade do setor no ano reforça a percepção negativa em um cenário de juros elevados, crédito restrito e ainda incertezas na questão fiscal”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, ao analisar os resultados da pesquisa divulgada pela entidade, nesta segunda-feira, 23.
O índice varia de zero a cem pontos, e abaixo dos 50 indica pessimismo, que será maior e mais disseminado quanto menor o valor. Assim como o ICEI-RS, seus componentes pouco se alteraram de setembro para outubro. Os empresários percebem piora nas condições atuais e não estão otimistas com o futuro da economia brasileira. O Índice de Condições Atuais passou de 43,5 para 43,3 pontos.
INDICADORES
Abaixo de 50, mostra piora, em razão, principalmente, do Índice de Condições da Economia, que passou de 38,9, em setembro, para 38,5 pontos, no mês seguinte. Somente 6,2% dos empresários perceberam melhora na economia brasileira nos últimos seis meses. Dos 93,8% restantes, metade vê piora (46,9%) e metade não percebe mudança (46,9%). As condições atuais das empresas também seguem se deteriorando em outubro: o índice ficou estável em 45,8 pontos.
Os empresários gaúchos se mostram, também, pouco otimistas para os próximos seis meses, mesmo com o Índice de Expectativas subindo ligeiramente, de 50,8, em setembro, para 51,1 pontos, em outubro. O aumento de 0,3 ponto deve-se exclusivamente ao componente relacionado às expectativas sobre à própria empresa, cujo índice subiu de 53,8 para 54,4 pontos no período.
Já o Índice de Expectativas com a Economia Brasileira, que caiu de 44,9 para 44,4 pontos entre setembro e outubro, permanece na faixa negativa. Em outubro, a parcela de empresários pessimistas com a economia nacional é bem maior que a de otimistas: 32,1% e 13,3%, respectivamente. A maioria (54,6%) acredita que não deve haver mudanças no cenário nos próximos seis meses.
Segundo o presidente da FIERGS, a retomada da indústria gaúcha está atrelada à melhora da confiança dos empresários. Portanto, diante dos resultados de outubro, nada sugere uma mudança na trajetória atual do setor no curto prazo.