A tropa de choque da Brigada Militar foi acionada para um tumulto, no começo da tarde desta quinta-feira, envolvendo a derrubada de um muro no pátio do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, na rua João Alfredo, bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. A estrutura faz divisa com um edifício privado, ocupado há dois anos pela Okupação Cultural Jiboia, formada por pessoas LBGTQIA+. Segundo membros da ocupação, o local é uma das principais paredes do espaço, e sua derrubada poderia comprometer o restante da estrutura. Mesmo com protestos, o muro foi totalmente demolido na tarde desta quinta-feira.
A Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG) afirmou que uma viatura foi atingida por uma pedrada. Conforme membros da Guarda Municipal, há uma ordem judicial autorizando a derrubada, pois o muro estaria condenado e poderia desabar a qualquer momento. Os funcionários chegaram por volta das 9h no espaço, e a demolição em si teria sido tranquila, sem incidentes. O tumulto iniciou a partir de 12h30, quando seria iniciada a retirada dos entulhos. A ação foi acompanhada por autoridades, como o deputado Matheus Gomes e os vereadores Karen Santos e Giovani Culau. Não houve confronto.
Integrantes da ocupação, que não quiseram se identificar, afirmam que a ação é “ilegal” e “fere os direitos humanos”, e ainda que o local realiza atividades culturais e aulas a esta população em situação de vulnerabilidade. Alegam ainda que foram “agredidos verbalmente pela polícia”. “Disseram que teríamos de sair urgentemente do imóvel, pegar nossas coisas. Foi o que fizemos, mas depois não pudemos mais entrar”, afirmou um membro. Conforme eles, a intenção é construir um estacionamento na atual área do edifício.
A GM, por sua vez, comenta que o impedimento da entrada foi para garantir a segurança dos ocupantes, pois a remoção do material poderia causar acidentes. Agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) bloquearam o trecho da João Alfredo, na esquina com a rua Luiz Afonso. A SMSEG, em nota, disse que foi deslocada “para realizar a proteção do patrimônio público no cumprimento de uma ordem judicial para a derrubada de um muro na rua João Alfredo”. Prosseguiu, afirmando que “enquanto realizava a contenção do trânsito, uma guarnição foi alvo de uma pedrada, que atingiu o vidro frontal de uma viatura”. Nenhum agente ficou ferido e a dispersão dos manifestantes foi realizada pela Brigada Militar.