A seca histórica no Amazonas ameaça o polo industrial de Manaus (AM) com a paralisação das atividades das fábricas em operação no local e que concentram a produção nacional de eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos e motocicletas. As condições do transporte de cargas pelo rio Amazonas têm provocado atrasos na entrega de materiais, assim como tem elevado o volume de estoques das fábricas.
O cenário foi confirmado tanto pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), a associação que representa fabricantes de eletrodomésticos, quanto pelo sindicato dos metalúrgicos da região. O problema é que as maiores embarcações não conseguem mais acessar o porto de Manaus devido à redução do nível de água em trechos críticos para abaixo da profundidade mínima para a passagem com segurança dos navios de grande calado. A alternativa é transportar as cargas por balsas entre Manaus e o porto Vila do Conde, no município de Barcarena, no Pará, onde os navios estão transferindo a carga. Isso, conforme Augusto César Rocha, coordenador da comissão de logística do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), significa aumento nos custos para algo entre 25% e 50%.
Presidente da Eletros, Jorge Nascimento, diz que por enquanto está descartado na indústria o risco de faltarem produtos nas lojas durante a Black Friday, na última sexta-feira de novembro, mas a situação precisa estar normalizada para assegurar as entregas de Natal, que acontecem a partir do fim deste mês.