Hamas mantém cerca de 100 reféns; número de mortos em Israel passa de 700

Embaixador de Israel em Washington, Michael Herzog, disse que também há cidadãos americanos entre os sequestrados; do lado palestino morreram mais 400

Foto: Reprodução/X/Estado de Israel

O ataque do grupo Hamas, que teve início na madrugada desse sábado, já matou mais de 700 pessoas em Israel. Cerca de 100 reféns seguem em poder do grupo extremista, conforme informações divulgadas pelo governo israelense neste domingo.

Em Gaza, do lado palestino, já morreram 400 pessoas, o que eleva para 1,1 mil o número total de óbitos gerados pelo conflito. Há ainda cerca de 2 mil feridos em Israel, 200 deles em estado crítico.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pediu aos israelenses que se preparem para uma guerra “longa e difícil”. O Exército anunciou que vai evacuar todos os habitantes das áreas próximas da Faixa de Gaza.

Os bombardeios lançados em resposta por Israel contra Gaza deixaram, além de cerca de 400 mortos, 2,2 mil feridos, indicou o Ministério da Saúde do enclave palestino.

Israel enviou dezenas de milhares de soldados com a missão de “libertar reféns” e “matar cada terrorista presente em Israel”, disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.

Cidadãos de outros países também reféns

O embaixador de Israel em Washington, Michael Herzog, disse que também há cidadãos americanos entre os reféns. Várias pessoas com dupla nacionalidade alemã e israelense também foram capturadas, indicaram fontes governamentais em Berlim.

A ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, informou na rede social X que um homem e uma mulher mexicanos “foram supostamente tomados como reféns pelo grupo Hamas, em Gaza”.

Vários países, incluindo a Polônia e o Brasil, anunciaram o envio de aviões especiais a Israel para repatriar cidadãos. As companhias aéreas internacionais cancelaram dezenas de conexões aéreas com Tel Aviv desde sábado.

Conselho de Segurança se reúne hoje

Convocado pelo Brasil, que ocupa a presidência da organização em outubro, o Conselho de Segurança da ONU se reúne neste domingo para debater a situação no Oriente Médio.

O presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou “apoio adicional” a Israel “face a este ataque terrorista sem precedentes do Hamas”. Já o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, declarou que “o Irã apoia a defesa legítima da nação palestina”.

Netanyahu anunciou a suspensão do fornecimento de eletricidade, alimentos e outros bens de Israel para Gaza.

O Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) disse estar “profundamente preocupado” com as medidas, que podem afetar 2,3 milhões de habitantes, sujeitos a um rígido bloqueio israelense há mais de 15 anos e enfrentando pobreza extrema.

Maior ofensiva em cinco décadas

“O braço armado do Hamas denominou a ofensiva como “Dilúvio Al Aqsa”, visando “pôr fim a todos os crimes da ocupação (israelense)”.

Os combatentes palestinos dispararam mais de 7 mil foguetes a partir da Faixa de Gaza e conseguiram infiltrar-se utilizando veículos, barcos e até parapentes.

Os milicianos chegaram a áreas urbanas como Ashkelon, Sderot e Ofakim, a 22 quilômetros de Gaza, e atacaram posições militares e civis no meio da rua.

Um ex-soldado israelense declarou que a guerra árabe-israelense de 1973, que ainda é um trauma nacional no Estado hebreu, parece “uma coisa pequena” comparada com a atual ofensiva do Hamas.

“O que aconteceu não tem precedentes em Israel”, reconheceu Netanyahu, naquele que é o maior ataque em décadas, 50 anos depois da guerra do Yom Kippur, que deixou mais de 2,6 mil israelenses mortos em três semanas de combates.

A ofensiva do Hamas ocorre quando Israel e a Arábia Saudita, sob a mediação de Washington, negociaram o estabelecimento de relações bilaterais, uma abordagem condenada pelo Hamas e pelo aliado Irã.

Hezbollah ataca “em solidariedade”

No norte, a partir do Líbano, o movimento xiita pró-Irã Hezbollah atacou com projéteis três posições israelenses em uma zona fronteiriça disputada, em “solidariedade” à ofensiva do Hamas.

O Exército israelense respondeu com bombardeios no sul do Líbano.