Dupla é presa com armas de uso restrito no bairro Mário Quintana, na zona Norte de Porto Alegre

Soldados do 20⁰ Batalhão de Polícia Militar foram acionados por moradores após disparos na rua Egídio Picoli

Foto: Brigada Militar / Rádio Guaíba

A Brigada Militar confirmou, neste sábado, que prendeu dois homens por porte ilegal de arma de fogo no bairro Mário Quintana, na zona Norte de Porto Alegre. Segundo a corporação, foram presos um homem, de 24 anos, sem antecedentes, e outro de 31, que com registros por dois homicídio, porte ilegal de arma de fogo, furto e tráfico de entorpecentes.

De acordo com o boletim da ocorrência, soldados do 20⁰ Batalhão de Polícia Militar (BPM) foram acionados por moradores, que ouviram disparos rua Egídio Picoli. Ao chegarem no local, os militares abordaram a dupla e localizaram duas pistolas calibre 9 milímetros, de uso restrito, e 35 munições.

A reportagem apurou que os dois presos fazem parte de uma facção criada no bairro Bom Jesus, na zona Leste, mas que também já dominou pontos de tráfico na zona Norte. A região se tornou alvo de ataques desse grupo, desde 21 de setembro, após uma liderança anunciar a entrada em uma organização criminosa rival.

Entenda o conflito

A reportagem do Correio do Povo apurou que o pivô dos conflitos no bairro Mário Quintana é Maicon Donizete Pires dos Santos. Conhecido como ‘Red’, o criminoso era ‘gerente’ do narcotráfico, subordinado a José Dalvani Nunes Rodrigues, o ‘Minhoca’, preso em 2016 e transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, em 2017.

No entanto, a ausência do líder levou Red a expandir a influência na zona Norte, a ponto de sair do grupo e formar uma nova quadrilha. Desde então, ele se aliou a traficantes das vilas Jardim e Cruzeiro, além de grupos do Loteamento Timbaúva, para fazer frente ao poder bélico do antiga facção. Três dos líderes desses grupos, no entanto, foram interrogados na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e negaram envolvimento no conflito.

Uma mensagem atribuída ao grupo de Red, divulgada através das redes sociais, sugere um convite para que traficantes rivais abandonem divergências e passem a integrar uma mesma quadrilha. “O muro está baixo. Quem quiser fechar [se unir], pula [para o nosso lado] enquanto tem tempo. Estamos abraçando os amigos e botando uma pedra em várias ‘fitas’. Vem que vai ser tudo no respeito, humildade e disciplina”, menciona a postagem.
Em outro texto, também atribuído à quadrilha de Red, o grupo se define como “Comando Nova Geração”.